São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996 |
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Governistas e aliados travam 'guerra aberta'
SÔNIA MOSSRI
"Posso não me dar bem com alguns tucanos, mas me dou muito bem com o tucano maior", disse Inocêncio. Inocêncio atacou o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), acusando-o de ausente no plenário. Aníbal respondeu classificando o líder pefelista de "caudilho". "A visão 'caudilhesca' de Inocêncio faz com ele veja as coisas de modo estreito." Os tucanos decidiram agora adotar um estilo mais duro com o PFL. O modelo a ser seguido é o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, uma das peças do último desentendimento. Inocêncio afirmou que os tucanos estão descontando no PFL o fato de não aceitarem a nomeação de Luiz Carlos Santos (PMDB) como ministro para Coordenação de Assuntos Políticos. "Não sou bode expiatório das desavenças e dificuldades políticas. Vamos ser sérios. O problema dos tucanos é que eles não engoliram o Luiz Carlos Santos", disse. Racha público O racha entre o PSDB e o PFL se tornou público na quarta-feira. Os desentendimentos entre os dois partidos impediram a votação de projeto que regulamenta a participação do setor privado no serviços de telefonia celular. O PFL quer reduzir os poderes do ministro Sérgio Motta, criando um órgão regulador (Comissão Nacional de Comunicações) para definir a política do governo na área de telecomunicações. "Ele (Motta) pensa que é Deus. Deus é só um", disse Inocêncio. José Aníbal disse que essa ameaça de Inocêncio está relacionada com a suposta campanha do líder pefelista à Presidência da Câmara. "O bloco PFL-PTB tem 130 parlamentares. Pelo regimento da Câmara, todas as presidências de comissões e relatorias seriam do bloco. Numa demonstração de boa vontade, eu cedo espaço para outros partidos, com o PSDB." Aníbal acusou Inocêncio de não cumprir acordo feito em novembro do ano passado para dar aos tucanos a relatoria da reforma tributária, que acabou ficando com um pefelista, o deputado Mussa Demes (PI). Inocêncio afirmou que nunca houve acordo sobre isso. Segundo Aníbal, esse acordo teria sido fechado em novembro do ano passado, durante almoço dele e de Inocêncio com o vice Marco Maciel. Texto Anterior: As dores e o oxigênio do presidente Próximo Texto: Programa triplica o recurso das famílias Índice |
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