São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996 |
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53 escapam do Carandiru por túnel
LUCIA MARTINS, MALU GASPAR, MARCELO GODOY; ROGERIO SCHLEGEL
Até as 19h de ontem, três presos haviam sido recapturados. A maioria dos fugitivos era assaltante de banco e estava condenada a mais de dez anos de prisão. Os presos usaram dois ventiladores no túnel, iluminaram o caminho com luz elétrica e tinham até um macaco hidráulico para impedir desabamentos. Cada preso levou cerca de sete minutos para atravessar o túnel. O buraco começa na sala de laborterapia do pavilhão 7, onde funcionam oficinas para os detentos que trabalham no presídio. Ele termina no corredor de uma casa da rua Antônio dos Santos Neto, ao lado da prisão. A casa é habitada por quatro pessoas. Uma delas teria sido feita refém pelos fugitivos. As outras três teriam saído para trabalhar. No casa, a polícia encontrou uma marreta, 53 uniformes de detentos e o macaco hidráulico. Na laborterapia, os detentos também deixaram roupas e cobertores. A polícia estima que a fuga tenha começado por volta das 7h, quando os presos deixam as celas para trabalhar nas oficinas do pavilhão 7. A polícia a descobriu às 10h45. "Os presos receberam ajuda de fora da prisão", afirmou o capitão Samuel Pizarro de Oliveira, do 5º Batalhão da PM. Segundo ele, uma Kombi esperava parte dos fugitivos em frente à casa onde o túnel terminava. Os detentos fugiram a pé, pelo metrô e também roubaram um Passat. Começo A direção da Detenção e a polícia discordam de como o túnel foi cavado. Para João Francisco dos Santos, diretor do pavilhão 7, a escavação começou a partir do lado de fora do presídio. "Não há terra do túnel espalhada na prisão." Mas o capitão afirmou que os presos começaram o túnel no pavilhão 7. "Pela forma como foi cavado, o buraco escavado na casa é de saída, não de entrada", disse. A polícia abriu inquérito para apurar a fuga. (LUCIA MARTINS, MALU GASPAR, MARCELO GODOY e ROGERIO SCHLEGEL) LEIA MAIS sobre a fuga à pág. 3-3 Próximo Texto: 'Não foi obra de amadores' Índice |
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