São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 1996
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'Não foi obra de amadores'

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Assuntos Penitenciários, João Benedito de Azevedo Marques, abriu sindicância administrativa e inquérito policial para apurar a fuga.
"É óbvio que houve envolvimento de terceiros, sejam eles pessoas ligadas aos presos ou agentes penitenciários."
A sindicância vai apurar o possível envolvimento de agentes na fuga, e o inquérito vai investigar quem, de fora do presídio, pode ter ajudado no plano dos detentos.
Um detalhe que surpreendeu o secretário foi o fato de o túnel sair de dentro do pavilhão 7 e terminar direto em "um terreno com três casas".
"Foi uma obra de engenharia perfeita, ou seja, o túnel não pode ter sido feito somente por presos. Além de ter sido construído com a ajuda de alguém de fora, tem de ser alguém com conhecimento de engenharia, no mínimo. Não é obra de amadores", disse.

Agentes
No momento da fuga, segundo o secretário, havia cerca de cem agentes de plantão no presídio. A Casa de Detenção tem cerca de mil funcionários.
Na avaliação do secretário, o túnel demorou cerca de um mês para ser construído. Ele não soube dizer como os presos esconderam os entulhos retirados do túnel à medida que eles iam cavando.
"É um fato estranho o fato de, nas duas pontas do túnel, não haver nenhum resto de terra. Não sei onde eles escondiam a terra retirada lá de dentro."
Na lista dos 53 presos fugitivos, o secretário disse que há detentos de todos os tipos, com penas baixas, médias e altas.
(LM)

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