São Paulo, sábado, 11 de maio de 1996![]() |
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Meridional critica o Banco de Boston
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
O leilão de privatização do Meridional, previsto para o próximo dia 14, foi adiado anteontem. Oficialmente, o governo diz que a medida foi tomada para que os interessados pudessem ter mais informações sobre a situação do banco. O mercado atribui a suspensão ao vazamento da informação de que o Meridional teria R$ 1,2 bilhão de créditos "podres" (que dificilmente conseguirá receber). O vazamento foi atribuído pelo Meridional ao Banco de Boston, que nega a acusação (leia ao lado). O vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges, admitiu ontem que o vazamento de informações influiu na decisão de adiar o leilão. Borges, porém, não confirmou que tenha sido detectado grande número de créditos de difícil recebimento na carteira do banco. "Para garantir a transparência do processo, estamos vendo o que será necessário", disse. Segundo o presidente do Meridional, o banco não tem créditos "podres" de R$ 1, 2 bilhão. "Isso é uma inverdade", declarou Ribas, que disse que o valor corresponde ao total de aplicações do banco. Interesses Para Ribas, a informação sobre o suposto crédito "podre" "talvez" esteja ligada a uma tentativa de arrematar o Meridional "pelo valor mínimo", sem que houvesse "interesse de outros bancos em superar os lances do Boston". Ribas disse que o índice de inadimplência do Meridional é de cerca de 8%. Ele disse duvidar que algum banco que trabalhe com os setores industrial e agropecuária, caso do Meridional (banco estatal federal com sede no Rio Grande do Sul), que não tenha esse índice em torno de 12%. Para o presidente, a "deselegância" do Banco de Boston contraria o trabalho de auditoria da Price Waterhouse e o consórcio liderado pelo Banco Grafs, que avaliou o Meridional para a venda. A participação da União no Meridional foi avaliada em R$ 377,8 milhões. Quem adquirir 51% das ações terá que pagar pouco mais da metade do valor e, em 30 dias, comprar cerca de 30% das ações restantes da União, caso elas não sejam vendidas aos funcionários. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Jornal amplia crise na direção partidária Próximo Texto: Banqueiro nega acusação Índice |
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