São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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Saúde distribui novo remédio

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Ministério da Saúde, a irregularidade na distribuição de remédios para a Aids se restringiu ao ganciclovir. Segundo Lair Guerra de Macedo, coordenadora do programa nacional de Aids, a falta do remédio durante alguns períodos foi provocada pela demora em uma licitação e pelo atraso na entrega por parte de um fabricante.
Em alguns meses, o governo deve colocar na rede pública um inibidor de protease, um antiviral de última geração que vem apresentando ótimos resultados.
O custo desse medicamento, associado a outros como AZT, DDI ou DDC, deve encarecer o gasto por paciente em até dez vezes.
Desta vez, o ministério quer dividir os custos e as responsabilidades com os Estados e municípios.
Para as ONGs, o ministério muitas vezes desconhece o que ocorre fora de Brasília. "Em dez anos de epidemia, o governo ainda não conseguiu planejar a compra e a distribuição dos remédios", diz José Araujo, do GIV.
"Na maioria das vezes, falta apenas planejamento", diz Alexandre Boer, diretor do Gapa de Porto Alegre. O grupo gaúcho quer entrar na Justiça para cobrar a responsabilidade do Estado no fornecimento de remédios.
Tão importante quanto ter acesso a novos medicamentos é garantir a distribuição dos remédios básicos, diz Wildney Feres Contrera, do Gapa São Paulo.
"A Aids no Brasil está sendo banalizada porque está atingindo as camadas mais pobres".
(AB)

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