São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996 |
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AVANÇOS NA AIDS A descoberta de uma proteína envolvida no surgimento da Aids é sem dúvida nenhuma uma das mais importantes na área nos últimos anos. Até então sabia-se que o HIV, o vírus causador da síndrome, atacava preferencialmente as células conhecidas como linfócitos T auxiliares, ou simplesmente linfócitos T4, de vital importância para o funcionamento do sistema imunológico. O HIV se liga aos T4 com o auxílio de uma proteína, a CD4, que fica na membrana dessas células de defesa. Suspeitava-se que, para de fato iniciar a sua replicação, o vírus precisaria do auxílio de outros fatores até então desconhecidos. Uma equipe de pesquisadores dos EUA finalmente descobriu a proteína que permite que o vírus se funda à parede dos T4. Trata-se da fusina. Essa é a mais promissora descoberta no campo da Aids nos últimos dez anos. Em primeiro lugar, é possível abrir uma nova linha de investigações, procurando uma substância que bloqueie a ação da fusina impedindo a contaminação das células T4. O bloqueio da CD4 revelou-se inviável. A fusina também explicaria por que algumas pessoas podem permanecer infectadas com o HIV sem desenvolver a Aids por períodos superiores a dez anos. É possível que esses pacientes tenham em seu sangue substâncias que atuem sobre a fusina. Estudos datados do ano passado indicam que proteínas envolvidas em inflamações diminuem a chance de infecção dos T4 pelo HIV. Seria ingenuidade, é óbvio, esperar o anúncio da cura da Aids amanhã ou mesmo nos próximos anos, mas a velocidade com que as pesquisas avançam nessa área permite nutrir a esperança de que, um dia, a humanidade vai finalmente livrar-se de mais esse flagelo para cujo surgimento ela talvez tenha contribuído. Texto Anterior: O HOLOCAUSTO Próximo Texto: Mais ricos do que os suíços Índice |
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