São Paulo, domingo, 12 de maio de 1996
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"Moda Esporte Clube" não aposta no Brasil

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo programa de moda da MTV, "Moda Esporte Clube", dirigido por Jorge Espírito Santo e Ric Ostrower e que estreou no último dia 30, não mostrou grandes inovações.
Criado para substituir o "MTV a Go Go" do ano passado, inspirado na MTV americana, o programa repete as mesmas fórmulas. Traz entrevistas, desfiles e mostra editoriais.
Apresentado pela modelo brasileira Carolina Sá, que mora em Munique, na Alemanha, o programa abordou muitos temas de uma só vez e muita coisa se repetiu.
Cabelos, editorial, desfiles de Paris, história da camiseta, criação de uma capa de revista, mais desfile. Mas pouca coisa foi produzida no Brasil. Uma pena.
O quadro sobre cabelos poderia trazer mais personalidades do pop nacional falando sobre seus cabelos.
Falaram Kyllie Minogue, Mick Hucknall (do Simply Red), Coolio, Ziggy Marley e Marcelo D2, da banda Planet Hemp, único representante brasileiro.
O quadro sobre a história da camiseta pareceu um pouco frio, com um texto que mais parecia um release.
A apresentadora
Carolina, embora ainda apegada ao roteiro, tem desenvoltura e mostra desde já uma identificação com o programa.
Apesar da rapidez de cada quadro, resultado de uma linguagem criada pela própria emissora, o saldo final do programa é satisfatório.
Entre as boas idéias, o desfile de Igor Cavallera, hoje dono da etiqueta Cavallera Wear, que aposta suas fichas na moda de rua.
Longe do hype da maioria dos desfiles locais, o desfile da Cavallera Wear beirou o underground reunindo modelos como a ex-chacrete Rita Cadillac e o ator José Mojica Marins.
O melhor momento ficou por conta do "guarda-roupa do artista", exibido no "A Go Go" americano.
Também reformulado e apresentado pelas tops Amber Valetta e Shalom Harlow, o quadro mostrou o guarda-roupa das próprias apresentadoras, amigas íntimas na vida real. Divertido e oportuno (quem não quer saber como é o guarda-roupa de uma top model?).
"Moda Esporte Clube" precisa encontrar um estilo mais próprio. As reportagens "de fora", feitas no exterior, servem como exemplo de que muita coisa pode ser criada por aqui com temas, acontecimentos e idéias locais, que não são poucos.
Deixar de lado a superficialidade e apostar num conteúdo mais brasileiro. Este é o desafio.

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