São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Manobra de risco; Carta marcada; Tucano em alta; Panos quentes; Prêmio de consolação; Reação esperada; Justiça daltônica; Sobra de caixa; Dublê de Pilatos; Acerto de contas; Sem-teto chapa branca; De costas para a obsessão; Sondagem de terreno; Um antigo roteiro; A volta do PDS; Pequeno detalhe; Visita à Folha

DE COSTAS PARA A OBSESSÃO

Manobra de risco
O governo não abrirá mão do controle sobre a privatização da telefonia celular e da limitação de 49% para o capital estrangeiro. Neste último caso, aceita negociar um aumento gradativo, mas sob algumas condições.

Carta marcada
É comercial o argumento do governo para limitar a 49% a participação estrangeira na telefonia celular. Diz que não quer chegar sem um trunfo a Genebra, para negociar a abertura mundial do mercado no setor.

Tucano em alta
No Planalto, avalia-se que o PFL quer apenas marcar posição, ficando contra o limite de 49% ao capital estrangeiro no setor de telefonia. Se vencer no Congresso, Serjão vence uma batalha contra os pefelistas.

Panos quentes
José Aníbal (PSDB) e Inocêncio Oliveira (PFL) encontram-se hoje, na reunião de líderes, com os ânimos serenados. O ministro Luiz Carlos Santos entrou no circuito, a pedido do Planalto.

Prêmio de consolação
A fritura de Reinhold Stephanes, que pode deixar o ministério após a reforma da Previdência, assanhou o PSDB. Os tucanos querem o lugar do ministro. Só falta combinar com o PFL.

Reação esperada
Gushiken (PT-SP) e diretores de fundos de pensão públicos se reúnem hoje. Querem reagir à paridade de contribuição empresa/empregado. Afirmam que o relatório de Temer sobre Previdência inviabiliza os fundos.

Justiça daltônica
O presidente do TST, José Ajuricaba, está trocando todos os tapetes do tribunal. O prédio principal terá carpete vermelho. O anexo 1, rosa carmim. O anexo 2, azul. Justificativa: pela cor será fácil saber onde se está.

Sobra de caixa
O TST está colando nova divisórias às já existentes. As velhas seriam muito escuras, prejudicando a iluminação. O tribunal quer construir uma sede nova.

Dublê de Pilatos
FHC não sancionou nem vetou projeto que suspende decisões de tribunais eleitorais cassando parlamentares. O TSE e o Ministério da Justiça deram parecer contrários à proposta, apelidada de "Lei da Impunidade".

Acerto de contas
Os ruralistas já elegeram o campo da próxima batalha com o governo: a reestruturação do Banco do Brasil. Querem resolver uma dívida contestada de R$ 400 milhões junto ao Proagro.

Sem-teto chapa branca
Covas discute esta semana com seus secretários um projeto que enxuga a administração e deixa metade deles desempregada. A choradeira já começou, sob o pretexto de que é preciso manter os aliados no primeiro escalão.

O governo paulista tenta passar amanhã, com o leilão de privatização do Ceagesp, a imagem de que não pensa só no Banespa.

Sondagem de terreno
Jaime Lerner encontrou-se ontem à noite, em São Paulo, com fleurizistas e peemedebistas descontentes. O sonho dele é disputar a Presidência, em 98.

Um antigo roteiro
Quércia, que pretende concorrer à sucessão de Covas, dá prioridade ao interior de São Paulo. Quer ressuscitar com uma boa safra de prefeitos do PMDB.

A volta do PDS
A passagem de Jorge Bornhausen, ontem por São Paulo, serviu para insuflar um pouco de oxigênio na pré-candidatura de Afif Domingos à sucessão paulistana. Mas deixou aberta a porta para uma coligação com Maluf.

Pequeno detalhe
O secretário paulista de Habitação, Antônio Duarte Nogueira, e o deputado Corauci Sobrinho são pré-candidatos do PFL em Ribeirão Preto. Nogueira está melhor nas pesquisas, mas Corauci controla o partido.

Visita à Folha
O ministro-extraordinário para Coordenação de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO
- Não vamos morder a isca, nem fazer o papel do contra, só para dar unidade ao governo.

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