São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Para gays, não houve progresso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O antropólogo Luiz Mott, da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis, criticou o Plano Nacional de Direitos Humanos. Para ele, não houve progresso algum para os homossexuais.
Mott classificou a ausência de um capítulo voltado só para os homossexuais de "inaceitável".
"As discriminações continuam. Os homossexuais são 10% da população brasileira, e fomos apenas citados na introdução do plano. Merecíamos todo um capítulo, como aconteceu com os negros."
José Gregori, chefe de gabinete do Ministério da Justiça, afirmou que, apesar de não haver um capítulo específico, há referências aos homossexuais no plano.
Na introdução, o plano defende "o direito de amar sem tornar-se alvo de humilhação, discriminação ou perseguição". O próprio FHC falou da necessidade de assegurar os direitos constitucionais "dos vários gêneros de sexos".
No capítulo que trata da proteção do direito à vida, o governo se compromete a "apoiar programas para prevenir a violência contra grupos em situação mais vulnerável". Entre esses grupos estão os homossexuais, mulheres, crianças, idosos e negros.
"Lastimavelmente, o plano começou dando mau exemplo porque discriminou a parcela da população que sofre mais preconceito, a dos homossexuais", afirmou.
Mott assistiu à cerimônia de lançamento do plano no Palácio do Planalto acompanhado de militantes gays de Brasília.

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