São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Negros têm capítulo próprio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

A parte do PNDH que trata dos direitos específicos dos negros tem 22 itens. As propostas, no entanto, são genéricas e não se fala em prazos para implementá-las.
Fala-se, por exemplo, em "apoiar as ações da iniciativa privada que realizem discriminação positiva". Não está explicitado de que forma será dado o apoio nem o que pode ser classificado como discriminação positiva.
Mesmo as propostas mais concretas, não fica claro quando nem como serão implementadas.
Numa das propostas mais inovadoras -a criação de cotas nas universidades para estudantes negros-, não há qualquer explicação de como o governo pretende torná-las realidade.
O governo se propõe a "desenvolver ações afirmativas para o acesso dos negros aos cursos profissionalizantes, à universidade e às áreas de tecnologia de ponta".
Segundo o PNDH, a proposta será implementada a "médio prazo", mas não há qualquer explicação sobre como essas ações afirmativas se darão.
Ontem, em São Paulo, o Comitê Pró-Cotas Para Negros da Universidade de São Paulo realizou manifestação em frente à reitoria.
A organização defende a reserva de vagas para negros na USP.
Segundo a professora Yvonne Primerano Mascarenhas, representante da reitoria, a USP está "analisando os resultados dessa medida em outros países".

Colaborou a Reportagem Local

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