São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Militar nega constrangimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Militares e famílias de desaparecidos políticos se encontraram ontem, mais uma vez, no Palácio do Planalto. "Não há constrangimento", disse o chefe da Casa Militar, general Alberto Cardoso.
Segundo o militar, "as Forças Armadas ficam satisfeitas com o pagamento das indenizações" aos parentes dos desaparecidos durante o regime militar (1964-1985).
Ontem, foi paga a primeira indenização a uma família. "Apoiamos a iniciativa do presidente Fernando Henrique desde seu primeiro ato a favor das famílias", disse.
Há cinco meses, o general Cardoso -representando o Exército- selou com um abraço o entendimento com as famílias.
Durante a assinatura da lei 9.140, que autorizava as indenizações, ele cumprimentou Eunice Paiva, mulher do deputado Rubens Paiva, desaparecido e morto em 1971.
Cardoso tem sido o interlocutor das Forças Armadas dentro do governo no tratamento de questões ditas sociais.
Ele foi um dos integrantes da comitiva que viajou para Eldorado do Carajás (PA) para apurar a chacina dos 19 sem-terra pela Polícia Militar, no dia 17 de abril.
Sobre a possibilidade de o líder guerrilheiro Carlos Marighella ter sido assassinado sem ter reagido à ordem de prisão, o general não quis fazer qualquer comentário.
"Seria precipitação falar qualquer coisa agora. A imprensa está começando a noticiar. Não sabemos com precisão o teor dessa versão", afirmou.

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