São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Estudo conjuga foto e antropologia

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A equiparação em importância da fotografia ao texto, na apresentação de trabalhos de antropologia, foi o tema da tese de mestrado do repórter-fotográfico Luiz Eduardo Robinson Achutti, 37, aprovada na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Achutti, que se tornou mestre em antropologia social, recebeu "A" da banca examinadora.
Fotógrafo free-lance de revistas e jornais, entre os quais a Folha, Achutti apresentou cem páginas de texto e cem páginas de fotos em sua dissertação, intitulada "Fotoetnografia: um Estudo de Antropologia Visual sobre Cotidiano, Lixo e Trabalho em uma Vila Popular na Cidade de Porto Alegre".
Bolsista por dois anos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e professor de fotografia do Instituto de Artes da UFRGS, Achutti disse que a fotografia deve ser vista como "um texto visual tão importante quanto o escrito".
Achutti, fotógrafo há 20 anos, disse que a utilização da fotografia "não é uma tradição" na antropologia. As exceções "lançaram mão da fotografia como ilustração, enfeite, como prova de que estiveram em determinado lugar".
Segundo Luiz Eduardo Achutti, a fotografia deve ser usada na antropologia como elemento de narrativa, para "contar a vida do outro". "O mundo da virtualidade está nos impondo um novo treino ao olhar. Logo uma tese será apresentada em CD. A imagem, fixa e em movimento, terá papel importante."
A fotoetnografia, termo que Achutti diz ter inventado, é uma tentativa de "articular a construção de imagens fotográficas com a perspectiva do pensamento antropológico".

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