São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Minas lidera indústria no 1º trimestre

DA REPORTAGEM LOCAL

Os dados divulgados ontem pelo IBGE sobre a produção industrial do país mostram que as indústrias automobilística e de laticínios foram as principais responsáveis pelo bom desempenho de Minas Gerais no primeiro trimestre do ano.
Apesar da queda de 0,2% em relação a janeiro a março de 95, o desempenho da indústria mineira foi o melhor por regiões e muito superior à média nacional do período, que teve retração de 9,3%.
Os maiores resultados negativos foram para os Estados de Pernambuco (24%), Rio Grande do Sul (17,9%), São Paulo (13,9%) e Paraná (12%). A região Sul teve queda de 12,4%. Além de Minas, a região Nordeste (8,7%), Santa Catarina (6,3%), Bahia (3,7%) e Rio de Janeiro (2,8%) registraram quedas menores do que a média nacional .
O IBGE lembra que esse resultado global "expressivamente negativo é bastante influenciado pela base de comparação (primeiro trimestre de 95), que foi excepcionalmente elevada".
"95 excepcional"
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, José Carlos Gomes de Carvalho, disse que o desempenho da indústria no primeiro trimestre de 96 foi negativo em 8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ele fez a declaração baseado em levantamento feito pela própria federação. Carvalho não quis comentar os dados divulgados pelo IBGE, que mostram queda de 12%.
As maiores quedas aconteceram nos setores de bebidas, couro, peles e de produtos farmacêuticos e veterinários.
"O crescimento deste ano foi negativo porque o do ano passado foi excepcional", disse ele. "No início de 95, a economia estava embalada com a eleição de Fernando Henrique Cardoso e com o plano de estabilização", disse.
Nordeste e Sul Para o IBGE, a queda de 8,7% da indústria nordestina entre janeiro e março deve-se, principalmente, à baixa na produção de álcool hidratado, que teve influência negativa sobre as indústrias química (11,7%), têxtil (21,5%) e vestuário (27,3%). Os destaques positivos ficaram por conta de material elétrico, com aumento de 8,6%, e alimentar, com mais 0,7%.
Na região Sul, apesar da redução na maior parte dos ramos industriais, o desempenho negativo no primeiro trimestre (12,4%) continua a ser fortemente influenciado pela queda expressiva do setor mecânico (menos 42,9%), responsável por metade da taxa total.
Outro ramo que teve desempenho ruim foi o de transporte -queda de 37%-, devido à menor produção de caminhões pesados.
Dados mensais
Depois de dois meses em alta, a indústria mineira apresentou queda de 2,9% em março em comparação a igual mês de 95. O motivo foi a baixa nos setores de material elétrico e de comunicações (29,5%) e têxtil (20%).
Sete ramos industriais mineiros tiveram expansão de suas atividades, com destaque para a indústria alimentar, com alta de 10,4%.
A indústria do Rio teve queda de 5,4% em março em relação a igual mês de 95. Apenas três ramos tiveram desempenho positivo: borracha, com 6,2%; extrativa mineral, com 7,2% e química, com 23% -estes dois últimos devido ao desempenho da produção de petróleo e derivados.
A indústria da Bahia, mesmo tendo resultado negativo (0,6%), registrou o melhor desempenho mensal em relação a 95. Tiveram desempenho positivo os setores de matérias plásticas, com 40,4%, e papel e papelão, com 22%.
Colaborou a Agência Folha

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