São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Telebrás sobe 4,3% e puxa a Bovespa

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou com alta de 2,52%. O volume negociado foi de R$ 314,713 milhões.
O destaque do dia foi Telebrás. Voltou a circular com força o rumor de um balanço trimestral com lucro de R$ 630 milhões. As ações da estatal subiram 4,3% (a terceira maior do pregão).
As ações de Telebrás responderam por 61,7% dos negócios no mercado à vista. A segunda ação mais negociada (Eletrobrás) somou 6,1% do volume.
Os analistas esperam uma semana favorável ao mercado acionário. Na quarta-feira, volta a ser votado o projeto, chamado de possível (uma forma delicada para dizer que o projeto é ruim), da reforma previdenciária e, quinta, deve ser aprovado o acordo do Banespa.
O clima de otimismo foi tão predominante que o mercado simplesmente ignorou a manutenção de liminares para o leilão da Light.
Por elas, duas empresas asseguram a possibilidade de pagarem com 100% de "títulos podres" (papéis emitidos e não pagos pelo governo) a parte que comprarem da Light.
Pelas regras do leilão, o governo limita o pagamento com "títulos podres" em 30%. Ou seja, nova confusão jurídica à vista.
Na área de juros, sem novidades. O BC (Banco Central) foi obrigado a tomar recursos emprestados para impedir uma queda das taxas.
Parte dos analistas acabou se frustrando com a divulgação do leilão do Tesouro. Ao contrário do que esperavam, o Tesouro basicamente vende o que vai resgatar.
Assim, a tarefa de "enxugar" a liquidez excessiva vai ficar mesmo para o BC. Até o próximo dia 22, o BC deve vender R$ 1,8 bilhão a mais de títulos.
Essa contração é suficiente, esperam os analistas, para neutralizar o aumento da oferta de reais provocado pelo ingresso de dólares. Há dúvidas, porém, se conseguirá equilibrar o mercado.
No fundo, o BC se depara diariamente com efeitos da arapuca dos juros e vive a "enxugar" gelo. É que, se a referência for o câmbio, as taxas continuam na lua; se for a inflação, estão negativas.
Ontem, no câmbio, as saídas superaram as entradas em aproximadamente US$ 110 milhões, pressionando as cotações. É pouco para equilibrar o mês. Até sexta-feira, tinham entrado no país US$ 2 bilhões.

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