São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 1996
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Sucessor de Lucas rejeita papel de "xerife"

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo secretário de Acompanhamento Econômico, Bolivar Barbosa Moura Rocha, nega que esteja ressuscitando o "xerife dos preços", encarnado por José Milton Dallari no início do Plano Real.
Na sua primeira semana de trabalho, Bolivar concentrou atenção em três setores com preços livres.
Fabricantes de cigarros, montadoras de automóveis e planos de saúde estão sendo convocados pelo governo para dar explicações sobre recentes aumentos.
"Ele (Dallari) teve um papel importante naquele momento. Mas acho que o trabalho agora é ainda de negociação, na mesma linha do Vellozo Lucas", disse Bolivar, referindo-se a seu antecessor.
Reservadamente, assessores de Bolivar dizem que pelo menos nos próximos dias será necessária a volta de algo parecido com a figura do antigo "xerife".
O objetivo é reverter expectativas criadas pelo aumento dos combustíveis. O governo rompeu com a sinalização de que os aumentos de preços se dariam de ano em ano, já que o reajuste anterior ocorrera em setembro.
Depois que subiram os combustíveis, formou-se uma fila de estatais pleiteando aumentos de tarifas ou corte de subsídios -caso de telefonia, energia elétrica e correio.
Setores privados com preços livres, como cigarros e automóveis, estão aumentando preços.
Bolivar já fala em usar a Lei Antitruste, indicando que a fase da desregulamentação da economia, que se seguiria às do "xerife" e da negociação, terá de ser adiada.

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