São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Acordo PSDB-PFL não elimina disputas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O acordo fechado entre PFL e PSDB para a aprovação do projeto que regulamenta a abertura da telefonia celular não acaba com as disputas: os dois partidos ameaçam firmar alianças paralelas.
Na reunião com o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), reclamou que o PSDB buscou alianças fora dos partidos que apóiam o governo.
Segundo relato dos participantes, Inocêncio teria ameaçado buscar aliados em votações de interesse do PFL caso haja alianças entre partidos fora da base governista.
A intervenção do pefelista foi um reação à conduta do líder do PSDB, José Aníbal (SP).
Devido às divergências com o PFL, o tucano decidiu anteontem à noite marcar uma reunião com os partidos de oposição para tentar aprovar o texto sobre telefonia defendido pelo governo federal.
Santos, Inocêncio e o líder do PMDB, Michel Temer (SP), concordaram que as questões divergentes devem ser resolvidas dentro da própria base do governo. Segundo os participantes, Aníbal ficou em silêncio nesse momento.
O encontro de Aníbal com os líderes de oposição acabou ocorrendo logo após a reunião comandada pelo ministro Luiz Carlos Santos.
Como o acordo entre os governistas já havia sido fechado, a conversa acabou ficando sem sentido, o que irritou os líderes da oposição. "Chego à conclusão de que o PSDB só marcou esta reunião para pressionar o PFL a aceitar os pontos do projeto defendidos pelo governo", disse o líder do PC do B na Câmara, Sérgio Miranda (MG).
Na reunião com Luiz Carlos Santos, lideranças governistas ficaram insatisfeitas com a maneira adotada pelo governo para votar o projeto. "Foi um erro retirar o projeto da Comissão de Ciência e Tecnologia, levando a votação diretamente para o plenário", disse o vice-líder do PTB Paulo Cordeiro (PR).
Aníbal e Inocêncio evitaram conversar durante a reunião dos líderes ontem, apesar de terem se sentado um diante do outro.

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