São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Acerto de contas; Efeito Sadam; Costas quentes; Humor presidencial; Fritura oficial; Procura-se mágico; Parecer jurídico; Cabra macho; Abraço forçado; Caminho torto; Violência no campo; Fogo cruzado; Tudo a esconder; Coro dos bombeiros; Arrastão antipoluente; Porquinho pão-duro; Visita à Folha; TIROTEIO

Acerto de contas
A MP que reestrutura o Banco do Brasil entrou na pauta da Câmara. O parecer do relator Lima Neto (PFL-RJ), concluído ontem, é um ajuste de contas com a União. Provoca rombo no Tesouro de, pelo menos, R$ 1,4 bi.

Efeito Sadam
Só por conta da Guerra do Golfo, o Tesouro pode perder R$ 1,08 bi. O parecer de Lima Neto sobre o BB prevê R$ 900 mi para a construtora Mendes Júnior, por obras deixadas no Iraque, e R$ 180 mi para outras empresas.

Costas quentes
O parecer de Lima Neto sobre o BB, que pode ser votado hoje, resolve dívida de US$ 220 mi do DNER. O acerto da Mendes Júnior, chancelado por FHC e Eduardo Azeredo, tem boas chances de ser aprovado.

Humor presidencial
De Israel Vargas (Ciência e Tecnologia), falando de códigos genéticos na cerimônia de lei de patentes: "Presidente, não somos muito diferentes de uma ameba". FHC emendou, referindo-se aos presentes: "Espero que os demais também".

Fritura oficial
O PFL dá como favas contadas a saída de Reinhold Stephanes (Previdência Social) do governo. Deve pedir demissão, após a reforma previdenciária. Aviso: o PFL não abre mão do cargo, apesar do olho gordo dos tucanos.

Procura-se mágico
FHC almoça amanhã na Embaixada da França. Quer ver se o Plano Nacional de Direitos Humanos o livrará de manifestações hostis em Paris devido à morte de sem-terra no Pará.

Parecer jurídico
O advogado Ives Gandra deu parecer favorável a portaria da consultoria jurídica do Ministério da Previdência. Os fiscais do INSS contestam a medida.

Cabra macho
Inocêncio Oliveira entrou com as mãos para trás na reunião de líderes ontem. Razão: não queria cumprimentar ninguém, especialmente o tucano José Aníbal.

Abraço forçado
O ministro Luiz Carlos Santos buscou um acordo sobre a telefonia que não derrotasse Serjão nem o PFL. "O governo tem votações seríssimas pela frente. Não podemos derrotar um aliado a cada votação", diz.

Caminho torto
A briga entre os líderes José Aníbal (PSDB) e Inocêncio Oliveira (PFL) acabou facilitando o acordo da telefonia. Para o governo, um cabo-de-guerra explícito no Congresso elevaria a divergência a níveis alarmantes.

Violência no campo
A CPT divulga até o fim do mês seu mapeamento de conflitos de 95. A violência aumentou em 16 Estados, com destaque para Mato Grosso, Minas e São Paulo.

Fogo cruzado
João Paulo 2º recebe amanhã, de sindicalistas, denúncias sobre tortura e trabalho escravo no Brasil. É contraponto ao Plano Nacional de Direitos Humanos, que Clóvis Carvalho e Lampreia deram segunda-feira ao papa.

Tudo a esconder
O Banco Central proibiu ontem a circulação de jornalistas em suas dependências. Os crachás de livre acesso ao prédio serão recolhidos. E autorizações serão liberadas caso a caso.

Coro dos bombeiros
O acordo da telefonia que uniu PSDB e PFL nasceu de proposta feita em reunião do líder Michel Temer com os vice-líderes do PMDB, ontem pela manhã.

Arrastão antipoluente
O secretário paulista de Meio Ambiente, Fábio Feldmann, passou seu aniversário ontem fazendo corpo-a-corpo na Assembléia para aprovar o rodízio de carros em São Paulo. Ele diz que sua proposta será aprovada.

Porquinho pão-duro
Candidatos a prefeito de grandes cidades talvez precisem rever para baixo seus orçamentos sobre a eleição. Os doadores estão com as mãos mais fechadas.

Visita à Folha
O presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), Alfredo N. Rizkallah, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO
De Esperidião Amin, cumprimentando Pedro Piva, após a aprovação, em comissão do Senado, do acordo do Banespa:
- O sr. assumiu hoje o posto de piloto do rolo compressor do governo. Até o Suplicy pediu para ser tratorado.

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