São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Cidade reduz mortalidade infantil no PR

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O município de Cambé (365 km ao norte de Curitiba) está conseguindo índices de saúde bucal e de mortalidade infantil equivalentes ao de países do Primeiro Mundo.
Os resultados são obtidos com programas de prevenção, em que as crianças têm acompanhamento médico desde que nascem.
A mortalidade infantil caiu de 33 mortes em cada 1.000 nascidos vivos, em 1990, para 13,4 por 1.000, no ano passado. No Brasil, o índice é de 40 mortes por 1.000.
O índice de dentes avariados (cariados, perdidos ou obturados) em crianças da faixa etária de seis a 12 anos é de 1,48 por criança.
Segundo Márcia Leando Garbelini, 41, chefe da Divisão de Odontologia da Prefeitura de Cambé, a OMS preconiza como índice ideal um número de 3 dentes avariados por criança na faixa de 12 anos.
A idade de 12 anos é adotada como referencial para a OMS, de acordo com Garbelini, porque é nesse período que a pessoa tem a maioria dos dentes permanentes.
Os números do Brasil para a faixa de 12 anos é de 6,7 dentes avariados (perdidos, obturados ou cariados). Nos Estados Unidos é de 1,8 e, no Japão, de 4,9.
Cambé tem cerca de 77 mil habitantes (estimativa para 93). O prefeito, Gilberto Martin, é do PMDB.
Clínica de Bebês
As crianças que nascem em Cambé são cadastradas no projeto "Clínica de Bebês" e as mães recebem orientação sobre como fazer a higiene na boca dos filhos até o surgimento dos dentes.
Após o surgimento dos primeiros dentes, o bebê passa a ser atendido pela Divisão de Odontologia do município. A cada três meses, em caso de prevenção, ou num prazo menor em caso do aparecimento de problemas, a criança é atendida nos postos de saúde.
O combate à mortalidade infantil também se apóia na prevenção. A criança é cadastrada ao nascer e as mães são orientadas sobre a higiene geral do bebê e amamentação.
Recebem um atendimento especial as crianças consideradas de risco (as que nascem com menos de 2,5 quilos, entre outras).
O secretário de Saúde, Nereu Henrique Mansano, disse que a prevenção "custa pouco". Em 1995, 17,44% do orçamento municipal (cerca de R$ 3,1 milhões) foi destinado à saúde.

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