São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996 |
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Homem que se diz PM puxa arma no trânsito BETINA BERNARDES BETINA BERNARDES; FABÍOLA SALANI
Um homem que se identificou como policial militar e disse se chamar William Sanches, 25, ameaçou com uma arma o motorista de um Fiat Uno durante discussão de trânsito ontem pela manhã na radial Leste, na altura da estação Vila Matilde (zona leste de São Paulo). Eram 9h30 e a radial estava com o trânsito congestionado. A discussão aconteceu na pista do sentido centro-bairro. Sanches disse que o motorista do Fiat, placas BIO 2358, com logotipo da Nestlé, fechou sua moto e um outro carro, quase provocando uma colisão. Sanches estava à paisana, vestido com uma jaqueta de couro e calça jeans. Após a suposta fechada, ele parou sua moto, puxou a arma -um revólver calibre 38 cano longo- da calça e discutiu com o motorista do Uno. Depois, guardou a arma e voltou para a moto. Ao puxar o revólver, um par de algemas apareceu sob a jaqueta. "Ia dar voz de prisão a ele por direção perigosa. Ele quase provocou um acidente", afirmou Sanches. Após o episódio, o motorista do Uno, que permaneceu o tempo todo dentro do carro, seguiu viagem. Sanches levou a moto, uma Honda CB 450 cilindradas, para um trevo na radial para tentar ligá-la. "Ela está travada, não quer mais pegar", afirmou. Sanches disse que nunca vai de moto para o trabalho. "Só estou usando hoje (ontem) por causa da greve, não pude pegar o metrô." Nenhum PM A Nestlé afirmou que o motorista não quer se pronunciar sobre o assunto nem ter seu nome divulgado. Segundo o coronel Elzio Nagalli, da Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar, não existe em São Paulo nenhum PM com o nome William Sanches. Nagalli afirmou que se Sanches fosse mesmo um policial militar ele seria punido. "Essa atitude é um absurdo", disse. Texto Anterior: Greve faz HC cancelar 49% das cirurgias Próximo Texto: Protesto de taxistas termina na polícia Índice |
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