São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Greve faz HC cancelar 49% das cirurgias

DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas (zona oeste) cancelou 49% das 85 cirurgias programadas para ontem. O motivo, segundo a assessoria de imprensa do hospital, foi a falta de funcionários.
No instituto central do Hospital das Clínicas, onde ficam o ambulatório e o pronto-socorro, 20% dos 2.000 funcionários faltaram.
A greve afetou principalmente o centro cirúrgico do instituto, o maior do hospital, onde 48% dos funcionários faltaram. O Hospital das Clínicas é a estação final do ramal Paulista do metrô.
A maioria dos que faltaram, segundo a assessoria de imprensa do HC, são auxiliares e funcionários do setor administrativo.
Médicos e funcionários não costumam faltar, por terem carro.
O número de atendimentos de ontem, de 439, foi 32% menor que a média de abril, de 650 atendimentos por dia.
No setor de internações, faltaram 31% dos funcionários.
Espera
A bancária Claudia Emilia Lemos, 19, que pega o metrô todos os dias, ontem pela manhã esperava na zona sul o ônibus Clínicas para ir ao trabalho, na avenida Paulista. "São 7h e eu estou aqui há meia hora. Entro às 7h30 no banco, mas vou me atrasar, porque os ônibus estão muito cheios e não consigo entrar."
Vânia Carvalho, 24, pegou uma carona para chegar à estação Patriarca (centro). Ela trabalha como atendente em horário noturno no hospital Sírio-Libanês, e sai do trabalho às 6h.
"Sempre pego metrô para ir do trabalho direto para o curso de auxiliar de enfermagem, no Anhangabaú, mas hoje (ontem) estou indo direto para casa, não tem outro jeito", disse.
Na estação Artur Alvim, onde os pontos de ônibus estavam lotados, a operadora de telex Nádia Silva aguardava um transporte da empresa para levá-la ao trabalho, no Parque Novo Mundo. "Sempre vou de metrô, mas vou ter que enfrentar o congestionamento."
O vendedor Valter Araújo, 20, saiu de casa, no Jardim Penha, às 7h20, para tentar chegar ao centro da cidade. "Desci do ônibus na Celso Garcia porque o trânsito estava absurdo. Aqui está pior ainda", dizia, olhando a radial Leste da plataforma da estação Carrão.

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