São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996
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Metrô pára e congestiona 153,2 km

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metroviários decidiram ontem à noite voltar ao trabalho hoje depois da greve de um dia que provocou o maior congestionamento já registrado numa manhã na cidade de São Paulo.
Às 8h30 o trânsito estava praticamente parado em 153,2 quilômetros de ruas e avenidas. Foi o maior congestionamento desde setembro de 1994, quando a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) iniciou a medição.
A paralisação dos metroviários teve 90% de adesão, segundo o sindicato dos metroviários, mas nenhum trem circulou.
Eles decidiram voltar ao trabalho depois de o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) julgar, por unanimidade, que a greve era abusiva.
O TRT concedeu 16% de aumento aos grevistas, menos do que eles queriam (36,02% de reajuste mais 15% de participação nos lucros) e mais que o Metrô oferecia (4,4%).
Milhões a pé
Cerca de 2,5 milhões de pessoas deixaram de ser transportadas nos trens do metrô. Com isso, todos os outros meios de transporte ficaram sobrecarregados.
Foram colocados cerca de 300 ônibus extras nas ruas, além dos 10.800 que circulam normalmente nos horários de pico.
Aqueles que têm ponto final nas estações do metrô foram liberados para circular até o centro.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Natalício Bezerra Silva, disse que a procura por táxis aumentou cerca de 35%.
Alguns motoristas cobravam o dobro do valor da corrida.
Junto às estações do metrô, os taxistas faziam lotação. Uma viagem do Jabaquara (zona sul) até a avenida Paulista (centro) custava R$ 10 por pessoa. Os carros levavam quatro pessoas.
Em dias normais, o preço da corrida fica entre R$ 18 e R$ 25.
Os trens circularam com pessoas penduradas nas janelas.
Segundo estimativa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, o movimento aumentou cerca de 14% ontem. As cinco linhas da CPTM carregam diariamente 1,2 milhão de pessoas.

LEIA MAIS sobre a greve nas págs. 3, 4 e 5

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