São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996 |
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Plano prevê trocar multa por sangue
MYRIAN VIOLETA
O projeto será enviado para a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, que deverá pedir ao Congresso Nacional, por meio do Ministério da Justiça, a inclusão da proposta no Código Nacional de Trânsito. A informação é de Nelson Cândido de Lacerda, 41, chefe do Setor de Perícia e Controle de Acidentes da Polícia Rodoviária Federal no Mato Grosso do Sul e um dos idealizadores do projeto. Infrações como falta de equipamentos obrigatórios e de cinto de segurança seriam passíveis de permuta, segundo Lacerda. Pelo projeto, a troca da multa por doação de sangue só poderá ser feita uma vez por ano. Para uma segunda permuta no mesmo ano, o infrator teria de aceitar trocar a multa pela assinatura de um termo de compromisso para doação de um órgão. A Polícia Rodoviária está fazendo uma pesquisa nas rodovias federais do Estado para saber se os motoristas aceitam trocar suas multas por sangue e órgãos. Desde o último final de semana, foram ouvidas 621 motoristas. Destes, 54 disseram preferir as multas às doações. A polícia pretende ouvir mil motoristas. A Polícia Rodoviária Federal pretende firmar convênio com hemocentros e hospitais onde seriam feitas as doações e os transplantes. Para Maria Solange Félix Pereira, 43, diretora técnica do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), o projeto tem um lado positivo e um negativo. "É bom porque busca suprir a carência do sangue nos hospitais. Mas, por outro lado, você não pune e quem doa sangue passa uma imagem positiva à sociedade", afirmou. Para ela, a fiscalização deve funcionar para operar mudanças de comportamento. Segundo a polícia, de janeiro a março, 140 pessoas precisaram de sangue devido a acidentes nas rodovias federais do Estado. Texto Anterior: Dá-lhe galera!; Colunista desmamada; Reconciliação Próximo Texto: Ônibus de BH terão de atender melhor Índice |
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