São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 1996 |
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"Festa de Casamento" mostra ousadia juvenil de De Palma
JOSÉ GERALDO COUTO
Embora lançado comercialmente em 1969, foi filmado em preto-e-branco em 1963 e é uma curtição típica dos anos 60, visivelmente influenciada pelas vanguardas européias da época, sobretudo por Godard e Truffaut. A trama é tênue: às vésperas de seu casamento, o jovem noivo (Charles Pflugar) hospeda-se com dois amigos (De Niro e Raymond McNally) no casarão da família da noiva (Jill Clayburgh, também estreando), localizado numa ilha. Conforme se aproxima a hora fatal, o rapaz fica cada vez mais hesitante, graças principalmente à influência dos dois amigos, que a toda hora querem arrastá-lo para a gandaia. Esse frouxo argumento serve apenas de pretexto para uma série de brincadeiras e experiências do trio de diretores. Cada sequência é filmada de um jeito diferente, e todo tipo de recurso é utilizado: da aceleração do movimento para simular comédias mudas à repetição deliberada de planos e cenas, do descompasso entre som e imagem aos movimentos vertiginosos de câmera. Tudo isso é temperado por um delicioso humor juvenil, que hoje nos soa ingênuo em seus ataques ao "establishment" moral (a virgindade, o casamento, o decoro). Não foi só essa ingenuidade que o cinema norte-americano perdeu nas últimas três décadas. Foi também a capacidade de ousar e de inventar -e errar também, é claro. Texto Anterior: Scola é superior a 'Mario, Maria e Mario' Próximo Texto: Universo Online tem papo com jornalista; Festival do Minuto abre suas inscrições; Robin Williams está em novo "Don Quixote"; Raoul Dufy ganha retrospectiva em Viena Índice |
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