São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Às cegas

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Por muito menos, José Sarney, o presidente, arma-se todo na defesa moral do Poder Legislativo e ameaça com retaliação. Mas é o amigo Gilberto Miranda e nada vai acontecer.
O senador viu passar contra a sua vontade o Sivam e perdeu a calma, no plenário -aos gritos, mostrados na Bandeirantes:
- Ninguém leu nada! Ninguém aqui dentro sabe nada! Este Senado vota às cegas, Sem saber nada, sem conhecer nada. Não existe projeto. É uma brincadeira! É uma mentira!
Não haverá melhor descrição do Congresso, ainda que venha de alguém em descontrole, diante da retomada do poder por FHC.
Ainda da cobertura da Bandeirantes, descrevendo o que promete agora ser uma constante tediosa:
- O governo comemora.
Covas
Mário Covas, semana passada na Bandeirantes, dizia com orgulho não ser um estatizante, como dizem. Lembrava ter um ambicioso programa de privatizações.
Deu azar. Não teve emissora, ontem, que não registrasse com subliminar ironia o leilão da Ceagesp:
- Não apareceram interessados... Ninguém se apresentou... Ninguém fez qualquer oferta... Fracassou o leilão da primeira privatização do governo Covas.
Mas o governador tinha na manga as obras do Metrô, ontem mesmo.
"Depois de quase cinco anos", segundo a Record, as obras de seis estações vão recomeçar. Ontem teve assinatura e cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.
Mas deu azar. A glória, na televisão, foi toda para José Serra, que falou à Globo, com jeito de candidato -a prefeito ou a governador:
- Quem conhece bem São Paulo sabe como é importante levar o Metrô até Tucuruvi, até Guaianazes e até a Vila Madalena.
E-mail nelsonsa@folha.com.br

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