São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Falso médico começa a ser julgado em SP

Ele é acusado de mandar matar a mulher

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O 1º Tribunal do Júri iniciou ontem o julgamento do falso médico Bruno Pascini, acusado de mandar matar sua mulher, a decoradora Gisele Balesteiros Ribeiro Pascini. Ela foi sequestrada em 8 de junho de 93 na porta da casa dos pais, em Santana (zona norte de SP). Seu corpo foi encontrado dois dias depois, perto da cidade de Paraty, no Rio de Janeiro.
O julgamento de Bruno Pascini, que tinha entre seus clientes o ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho, começou às 10h30 e até as 21h não terminara.
Já foram condenados no caso, no dia 31 de outubro do ano passado, os ex-PMs Marcelo Lunardelli e Fernando Pinheiro Cavalcante, a 30 e 28 anos de prisão, respectivamente. Eles teriam sido os autores dos crimes de sequestro, roubo e morte da decoradora.
Também foi condenado, no dia 19 de dezembro de 95, o advogado Sindbad Thadeu Focaccia, acusado de ter intermediado a contratação dos assassinos de Gisele. Jorge Henrique Marjorini, advogado que também teria intermediado a contratação, continua foragido.
Defesa
O advogado de Pascini, João José Ramacciotti Jr., vai alegar que Pascini estaria sendo extorquido pelos ex-PMs devido a sua ascensão econômica. Por isso sua mulher teria sido sequestrada.
O advogado vai se basear no depoimento do ex-PM Marcelo Lunardelli que, ao contrário do que havia afirmado em três depoimentos anteriores, disse que não conhecia Pascini e que a intenção era sequestrar Gisele.
O ex-PM afirmou que mentiu nos depoimentos anteriores, quando disse que teria recebido proposta de um delegado e de um promotor para que ele atribuísse a culpa pela morte a Bruno, em troca de ter a pena diminuída.
O promotor José Carlos Sicoli vai sustentar a culpa do réu. "Vou mostrar a relação de Pascini com os corréus e como ele já vinha se envolvendo em atividades ilícitas."
Segundo o promotor, o crime teria sido plenejado por Pascini depois que ele descobriu que sua mulher tinha encontrado gravações de conversas telefônicas. Ele teria colocado escuta em casa desconfiado da intenção da mulher de denunciá-lo pelo fato de não ter diplomas e outras irregularidades.

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