São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996
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Irmã de Senna faz críticas a Galisteu

Acusação é publicada por revista francesa

DE PARIS

Rompendo um silêncio de dois anos -desde a morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 94-. Viviane, irmã do piloto criticou pela primeira vez o comportamento de Adriane Galisteu.
"Se ela precisa de dinheiro, deveria trabalhar, como todo mundo, e parar de explorar a imagem de um morto", afirmou ao semanário francês "Paris Match", em sua última edição.
Viviane recusa a imagem de Adriane como "viúva" de Senna. Ela nega que o piloto pensasse em casar com a modelo.
"Ayrton queria formar um lar, mas não tinha encontrado a mulher ideal", afirmou Viviane.
Para a irmã do piloto, Adriane não tem o direito de evocar a vida de Ayrton.
"Ela era apenas sua namoradinha do momento, como muitas outras antes dela", disse.
Na entrevista, Viviane não explicou por que a família de Senna rejeitou Adriane. No enterro do piloto, ela foi hostilizada pela família, que impediu sua entrada no carro que levava os parentes.
Xuxa, a ex-namorada, foi quem acompanhou a família no veículo.
"Não posso evocar os problemas que essa moça causou à nossa família e que determinaram nossa posição. Pois, se o fizesse, exporia certos aspectos da vida privada de Adriane. E eu não tenho esse direito", justificou.
Viviane reclamou que Adriane sempre utilizou a imagem de Senna para assegurar sua promoção. Ela cita as fotos feitas para a revista "Playboy" e a autobiografia da modelo, "O Caminho das Borboletas", em que conta seu romance com Senna.
Também entrevistada pela "Paris Match", Adriane Galisteu disse que, se fosse vivo, Senna não teria concordado com suas fotos para a "Playboy".
Ela contou que já havia posado para a revista, pouco antes de começar o namoro.
"Ayrton foi à direção da revista para recuperar todos os negativos. Quando ele estava vivo, eu não fazia nada que pudesse desagradá-lo, mas, hoje, devo seguir em frente. Tenho 23 anos e não posso viver eternamente no passado", justificou.
Apartamento
Segundo Adriane, com o cachê pago pela revista, cerca de R$ 100 mil, foi possível comprar um apartamento de 314 metros quadrados nos Jardins (zona oeste de São Paulo) e mobiliá-lo. A modelo disse que escreveu o livro porque estava sem dinheiro.
"Eu estava sem dinheiro e seria indecente, dois meses após sua morte, eu aparecer novamente, sorridente, na capa das revistas."
Adriane afirmou que compreende o comportamento da família do ex-namorado e avisa: "Se eles quiserem reatar relações comigo, estarei sempre disposta".

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