São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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Uruguai mantém Mercosul paralisado
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O governo uruguaio manteve sua posição de não participar de nenhuma reunião em nome do Mercosul enquanto não seja resolvido o impasse do setor têxtil."Nossa decisão não é nenhum capricho e será mantida até que o problema seja sanado", disse ontem o chanceler uruguaio, Alvaro Ramos. Com isso, o governo uruguaio deixa claro que a adesão chilena, marcada para o dia 25 de junho, está ameaçada, pois necessita impreterivelmente da chancela do Uruguai. Ficam paralisadas também as negociações com Bolívia e Venezuela, prováveis candidatos a integrar o bloco no curto prazo. Impasse O impasse no setor têxtil começou na semana passada. O governo brasileiro decidiu reduzir de 180 para 30 dias o prazo dos financiamentos para importação de produtos têxteis. O Uruguai classificou a medida como uma violação às regras do acordo de livre comércio entre os dois países e decidiu, na segunda-feira, retirar-se da agenda internacional do bloco. "Não podemos seguir negociando com outros países se sequer conseguimos resolver nosso problemas internos", disse Ramos. Após várias negociações entre diplomatas de ambos os países durante a semana, não se chegou a nenhum acordo. Justificativa brasileira O subsecretário de Comércio Exterior do Itamaraty, José Botafogo Gonçalves, disse que o Brasil considera inaceitável paralisar o Mercosul, devido a um "problema interno de política tarifária". As pretensões brasileiras teriam sido, segundo funcionários do próprio Itamaraty, diminuir as importações de produtos têxteis de países do Sudeste Asiático, como Tailândia, Indonésia e Hong Kong. O governo uruguaio esperava, porém, que a medida fosse acompanhada de uma isenção para produtos têxteis provenientes do Mercosul, o que não aconteceu. Para Ramos, outro agravante foi o governo brasileiro ter tomado a medida sem sequer consultar seus sócios no bloco. Ele entende que a solução para o conflito é a revogação total da medida, no que diz respeito a produtos importados do Mercosul. Texto Anterior: Perdigão investirá US$ 450 milhões Próximo Texto: Chile pode dizer não ao bloco Índice |
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