São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 1996 |
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A agonia da saúde; Cartórios; Caso concreto; Filme antigo; Arroz salgado; Funcionalismo; Ensino religioso; Sonho A agonia da saúde "Quero parabenizar a Folha pelas reportagens da série 'Tempo real -dívida social', particularmente pelo editorial 'Saúde agonizante'. Não há dúvidas de que é muito mais barato -e racional- prevenir as doenças do que curá-las. Embora defenda a destinação de mais recursos para o setor, não há como não concordar com a necessidade de combater as ineficiências, as fraudes e os desperdícios ainda existentes. Em contato recente e pessoal com o presidente Fernando Henrique disse-lhe que chegou a hora de o PSDB dar uma 'cara tucana' à saúde pública no país." Milton Flávio, deputado estadual pelo PSDB-SP (São Paulo, SP) Cartórios "Nos últimos anos o cartório das empresas de seguro-saúde impôs aos brasileiros preços exorbitantes e má qualidade de cobertura. Sem dúvidas colaborou com a concentração de renda. O seguro saúde agora liberado para o atendimento por empresas estrangeiras provavelmente gerará novos empregos, será mais eficiente e barato para a população e colaborará na desconcentração da renda. Coincidentemente o governo FHC, seu tesoureiro de campanha e ministro de Comunicações e o seu partido, o PSDB, patrocinam um novo cartório, o do telefone celular. Parece difícil que seja só incompetência. O cartório da telefonia celular, que certamente trará tarifas caras nos próximos anos e que concentrará renda, deve ter outras finalidades além de servir a população. O sr. Sérgio Motta, o PSDB e o governo FHC devem imaginar que somos todos tolos e despreparados." Igor Cornelsen (São Paulo, SP) Caso concreto "Ao contrário do que diz a leitora Célia Domingues ('Painel do Leitor', 12/5), o jornalista Frederico Vasconcelos teve razão quando criticou o preço das peças dos automóveis. Na General Motors é a mesma coisa. Fui obrigado a trocar, num espaço de dois meses, as duas lanternas traseiras de meu Monza porque a pequena lingueta da lâmpada de freio quebrou. As duas linguetas não custam R$ 0,50, mas gastei R$ 400 só porque a GM instrui as revendedoras a só trocarem a lanterna inteira. Reclamei por escrito para a GM. Telefonaram-me para dizer que era isso mesmo. Pode? Parabéns ao Frederico Vasconcelos." Walter Ceneviva, advogado (São Paulo, SP) Filme antigo "Um recado para o presidente Menem: o brasileiro está comendo churrasco de gato há bastante tempo." Raul A.C. Fagundes (São Paulo, SP) Arroz salgado "O espaço concedido ao sr. Mailson da Nóbrega é curioso, não fosse ele o responsável pela inflação de quase 90%, quando ministro da Fazenda, o que obrigou o ex-presidente Collor ao confisco da poupança e os titulares, apesar de lesados, a aceitar a medida, tão absurdo era aquele índice. O sr. Mailson revelou-se na ocasião péssimo cozinheiro, pois nem sequer soube temperar seu 'arroz com feijão', salgando-o de tal maneira que tiveram que jogar fora toda a comida por ele preparada." Nilson J. Lagos (Curitiba, PR) Funcionalismo "Sobre o editorial 'Quem mama, chora' (18/4): a luta por objetivos comuns, como 16 meses sem reajuste salarial, pode ser considerada evidência de corporativismo? Trata-se de uma falácia vincular o ajuste das contas públicas apenas à folha de pagamento do funcionalismo. O reajuste de 28% concedido em janeiro/95 não repôs nem sequer a inflação ocorrida na vigência do Real, menos ainda as perdas acumuladas desde a conversão dos salários para URV. A análise dos 'privilégios' relativos às aposentadorias do funcionalismo deveria englobar duas questões distintas. A aposentadoria integral e sua vinculação com os salários percebidos na ativa deveria ser um direito incontestável de todos os trabalhadores. Quanto às aposentadorias especiais de segmentos do funcionalismo civil e militar, de parlamentares e de outras categorias de trabalhadores, têm sido eles questionados por parcela dos servidores públicos federais. Que alternativas temos hoje, senão por meio da paralisação de nossas atividades, para denunciar e manifestar nossa reação a orçamentos insuficientes, suplementações aprovadas, mas não repassadas, repasses de verbas sistematicamente atrasados, não-reposição dos quadros de pessoal etc.?" Roberto Tomasi, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (São Carlos, SP) Ensino religioso "A CNBB pretende que o Estado pague aulas de religião. Religião deve ser ensinada por pessoas capacitadas que tenham prazer em prestar esse elevado serviço voluntariamente. Diante da precária situação financeira em que se acha o país, onerar os cofres públicos não é próprio de uma Igreja que se diz cristã. Religião deve ser ensinada nas igrejas, nos lares e também pelos meios de comunicação." Antonio Pacitti (São Paulo, SP) "A minha crítica é quanto ao ensino religioso nas escolas estaduais. O que a Igreja Católica deseja é um absurdo e precisa ser questionado neste país e especialmente em nosso Estado. O ensino está péssimo. As escolas totalmente lotadas. A comunidade deve sim se preocupar com esses problemas e não arranjar mais um, colocando o ensino religioso como matéria." Lucy de Almeida Pezzolo (São Manuel, SP) Sonho "Gostaria de parabenizar a Folha pelo excelente caderno Franchising. Com reportagens de serviços como essa, sem deixar de lado o tom crítico característico da Folha, executivos como eu param para refletir um pouco mais sobre o tão sonhado negócio próprio." Paulo Moreira Neves (São Paulo, SP) Texto Anterior: Cegos à realidade da Justiça Índice |
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