São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Em campanha

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

E depois ele diz que não é candidato.
Em poucos dias esclareceu-se a alegria de José Serra, na segunda-feira, no programa Entrevista Coletiva.
Anteontem ele distribuiu meio bilhão em São Paulo, para o metrô.
Ontem, até mesmo para não deixar aflorarem os ciúmes, distribuiu outros bilhões, em cifras confusas, mas certamente 2,5 bilhões do BNDES, para o Nordeste.
Em São Paulo, disse que as novas estações do metrô, em bairros como Vila Madalena e Tucuruvi, eram uma aspiração de toda a cidade.
Em Brasília, rodeado de governadores e congressistas nordestinos, na Bandeirantes:
- O desenvolvimento do Nordeste beneficia o conjunto do país. Pela via tributária e pela via do mercado interno. Pela via política e da tranquilidade social.
Foi discurso de candidato. Não se sabe se a prefeito, a governador ou a presidente.
Os mandatários
O dinheiro para o Nordeste "beneficia o conjunto do país", hoje, em especial "pela via política".
A distribuição de bilhões aos "mandatários do Nordeste", na expressão da Bandeirantes, ajuda a conter a revolta da bancada nordestina.
Uma revolta que já havia quase inviabilizado, por exemplo, o acordo do Banespa -não à toa, aprovado dias atrás. Ou, ainda, o Sivam -não à toa, aprovado dias atrás.
Nas imagens da cerimônia de ontem, aliás, estavam não apenas os governadores nordestinos, mas também ACM.
Não que estivessem inteiramente satisfeitos. O baiano Paulo Souto, no SBT, o alagoano Divaldo Suruay e o cearense Tasso Jereissati, na Bandeirantes, tinham a fisionomia carregada e deixaram claro que os bilhões não bastam.
Uma montadora de automóveis ajudaria.

E-mail nelsonsa@folha.com.br

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