São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Lei de Imprensa é criticada em encontro

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A atual Lei de Imprensa e o novo projeto de lei em tramitação no Congresso foram alvo de acirrados debates ontem, na sede da Fiesp, em São Paulo, no primeiro dia do seminário "A Imprensa em Questão", que termina hoje.
O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, convidado, não compareceu.
O evento, promovido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (Labjor), reúne jornalistas, empresários de comunicação, parlamentares e representantes do governo.
No debate de ontem à tarde houve divergências profundas sobre como deve ser a legislação de imprensa. Para Jaime Sirotsky, do grupo RBS, presidente eleito da Federação Internacional dos Editores de Jornais, o ideal seria não haver legislação, e sim uma auto-regulamentação do setor.
Dessa auto-regulamentação fariam parte iniciativas como a admissão de erros por parte dos órgãos de comunicação, a abertura de espaço para opiniões contrárias e a instituição do ombudsman.
Já para o advogado constitucionalista José Paulo Cavalcanti deve existir uma lei de imprensa mais detalhada que a existente hoje.
Na lei atual, Cavalcanti criticou a responsabilização do jornalista por crimes de imprensa, e não do órgão em que trabalha (o projeto em tramitação inverte isso).
Outro ponto que o advogado julga errado na atual legislação é o estabelecimento de um limite "irrisório" a ser pago em caso de indenização (cerca de US$ 1.000). "A indenização deve ser proporcional ao dano causado."
O jornalista Guy de Almeida, professor da PUC-MG, declarou-se favorável a uma legislação não ditada por paixões particulares: "De um lado, o Congresso quer usar a lei como instrumento de revanche; de outro, a imprensa se coloca acima do bem e do mal".

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