São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996 |
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Detetive 'fura' blitz, mata PM e é morto
SERGIO TORRES
A blitz e os atropelamentos ocorreram às 23h de anteontem, na pista sentido via Dutra da Linha Vermelha, na altura de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, no Rio. O policial civil chamava-se Reginaldo Augusto de Mendonça, 49. Era detetive da 31ª DP (Delegacia de Polícia), em Ricardo de Albuquerque (zona norte do Rio). Ele morreu de madrugada, no hospital Getúlio Vargas (zona norte). Segundo o boletim médico do Corpo de Bombeiros, que levou os feridos ao hospital, o detetive tinha "hálito de álcool". A cunhada do detetive, Carla Ferreira da Silva, 17, estava no Monza. Na 59ª DP, ela negou que Mendonça estivesse bêbado e dirigindo em alta velocidade. Segundo Carla, eles tinham saído de uma festa. Ela disse que cochilava antes do atropelamento. Carla afirmou ter despertado a tempo de ver os PMs sendo atropelados e a batida do Monza com uma Veraneio da PM. O tiro, disse ela, foi dado antes do choque. A blitz na Linha Vermelha foi organizada pelo 15º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Duque de Caxias. Segundo o coronel Sérgio Patrizzi, comandante do BPM, atuavam no bloqueio 14 policiais. Segundo a PM, a equipe colocou cones de plástico ao longo de 150 m da Linha Vermelha, a fim de alertar os motoristas. O atropelamento teria ocorrido quando os PMs ouviam as instruções do tenente Alex Boaventura. O Monza teria surgido em alta velocidade, derrubado os cones e ido na direção dos policiais. "Cada um correu para um lado. Quatro não conseguiram escapar", afirmou Patrizzi. O comandante disse que o sargento a quem identificou como Alcântara atirou no Monza, atingindo as costas do motorista. "O sargento tentou acertar o pneu, mas houve um desvio de trajetória, e a bala saiu mais acima um pouquinho. O sargento reagiu em um impulso de defesa. Deve-se levar em conta a emoção do momento", disse Patrizzi. Alcântara será investigado em um IPM (inquérito policial-militar). No atropelamento, morreu o cabo Marcos do Santos Oliveira, 37. O soldado Denir Pereira Barbosa está em estado grave. Segundo a 59ª DP e o 15º BPM, a placa do Monza era falsa. O número do chassi indica que a placa verdadeira era GII-1010. A cunhada do detetive disse que o Monza fora emprestado por um policial. A PM disse que achou no carro uma pistola com numeração raspada. Texto Anterior: Administração Regional recebe crítica Próximo Texto: Policial pode ter achado que ladrão fazia bloqueio Índice |
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