São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996
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Estatais mostram bom desempenho

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dicas 1 Esqueça que existe a possibilidade de investir em dólar
2 Prefira aplicar em reais -eles pagam juros
A Bolsa paulista fechou em alta de 0,5%, movimentando R$ 412,043 milhões.
O resultado de Telebrás, maior do que esperava o mercado, foi divulgado quando a Bolsa já havia fechado, mas teve impacto no mercado de ADR (recibos de depósitos) da empresa em Nova York, que subiu 1,33%.
Ontem mesmo foi divulgado um lucro de R$ 770 milhões da Eletrobrás.
Os resultados são fruto direto da correção das tarifas públicas -operação realizada no segundo semestre do ano passado. Bom para as ações, ruim para o bolso do consumidor.
Mas deve melhorar o bolso do governo. É um sinal de que o déficit público este ano pode mesmo, conforme jura o governo, ser menor do que o realizado no ano passado.
Outro é a queda dos juros. Eles continuam, contra o câmbio, muito elevados, mas já são metade do que se pagou no ano passado.
É o que explica -junto com as vitórias parciais e caras do governo na área das reformas- a retomada por alguns analistas de uma expectativa mais positiva em relação ao futuro do Plano Real.
Para eles -e é consenso no mercado-, sem as reformas o Real é o Cruzado mais forte, que, ao contrário do México, não vai um dia explodir, mas vai morrendo devagar, de inanição.
As taxas nominais podem subir antes da virada do mês. É que o juro respeita feriados e finais de semana, não rendendo. Junho tem menos dias úteis que maio. Logo, só por conta disso as taxas nominais têm de subir.
Desde anteontem, circula no mercado uma possibilidade: o BC (Banco Central) venderia ainda mais títulos para "enxugar" a liquidez e empurrar as taxas para cima antes da virada do mês.
Para os grandes investidores, essa oscilação pode render algum ganho -na segunda casa depois da vírgula.
O relevante, porém, é que, em termos reais (levando em conta a inflação), as taxas não devem sair do patamar atual.

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