São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 1996 |
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Uvas italianas Dolcetto alegram o produtor piemontês
JORGE CARRARA
Os vitivinicultores do norte da "bota", porém, a transformam em tintos secos, para serem bebidos três ou quatro anos após a safra e, cujo maior encanto reside no seu paladar redondo, marcado por fruta simples, que nos melhores exemplares chega a ser intensa e exuberante. Pela precocidade dos seus vinhos, ela traz vantagens tanto a produtores como aos consumidores. Para os produtores, os vinhos Dolcetto (como acontece na França, com os Beaujolais) dão um refresco ao caixa dos produtores pois são vendidos jovens. Provavelmente por essa rápida entrada em cena -que dispensa anos de espera e cuidados com seu envelhecimento- e pelo efêmero da sua vida -que motiva uma veloz liquidação do estoque- os Dolcetto são quase sempre a opção mais em conta par quem quer beber um bom vinho piemontês. No momento da escolha, porém, convém evitar garrafas com mais de quatro ou, no máximo, cinco anos de idade. Os melhores Dolcettos vêm dos vinhedos que rodeiam a cidade de Alba (e levam a denominação Dolcetto d'Alba). Quanto ao seu estilo, varia de produtor a produtor. Alguns lembram um pouco -pelo seu aroma e sabor marcado por leve baunilha e frutas vermelhas- um Beaujolais encorpado, como o Dolcetto d'Alba "Bussia" 94 de Vietti (um dos renomados produtores da região). Outros mostram uma personalidade mais séria. É o caso do Dolcetto d'Alba 94 de Armando Parusso. Ele tem aroma frutado típico combinado com uma leve pincelada de especiaria e paladar com taninos finos, que lhe dão boa estrutura. Há também exemplares que podem surpreender pela sua concentração, como o Azelia "Bricco dell'Oriolo" 93, um vinho de cor violácea muito atraente, aroma equilibrado marcado por frutas (groselhas, framboesa) e paladar intenso, marcado pela característica e deliciosa fruta desta tradicional uva do Piemonte. Texto Anterior: Jantar esperto; Cursos; Do mar Índice |
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