São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Só 20% do arrecadado foi pago em dinheiro

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Levantamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sobre os recursos obtidos com a privatização demonstra que as "moedas podres" representam 79,9% de tudo o que foi apurado até agora.
No leilão da Light, previsto para o dia 21, o governo vai aceitar 30% do valor final da venda em "moedas podres". O valor mínimo está definido em R$ 2,4 bilhões.
Apenas em um leilão -o da Escelsa- o uso dessas moedas ficou abaixo dos 35% (33,08%, ou US$ 132,28 milhões).
As "moedas podres" são papéis do próprio governo que têm pouca aceitação no mercado. Por isso, são negociados abaixo do seu valor de face.
Pelo levantamento do BNDES, o uso de "moedas podres" totalizou algo em torno de US$ 7,645 bilhões, de um total de US$ 9,569 bilhões. O levantamento não leva em conta a malha oeste da RFFSA, a Polipropileno e a Koppol, pois não foi apurado o percentual de "moeda podre" nesses leilões.
Para o leilão da Light, o Supremo Tribunal Federal autorizou as empresas Transcon-Amurada e International Export Brazil S/A a usar 100% de suas "moedas podres", que totalizam R$ 151,7 milhões.

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