São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Exército elaborou o projeto, diz secretaria

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Obras e Vias Públicas, responsável pela Emurb, disse que a elaboração do projeto foi toda do Exército.
Segundo a assessoria, a Emurb desconhecia os detalhes da construção e apenas usou o documento para preencher o edital.
No Exército, ninguém está autorizado a comentar o assunto, mas a Folha apurou que, antes de ser entregue, o projeto recebeu o aval do Ministério do Exército.
Seria também determinação do Exército que alguns dos apartamentos fossem para os oficiais desalojados com as demolições.
Embora nem sempre professores e oficiais morem nos colégios militares, o Exército considera os apartamentos importantes para facilitar a locomoção dos professores e possibilitar que eles se mudem para São Paulo. Segundo a previsão do Exército, nenhum aluno moraria no colégio.
O prefeito Paulo Maluf informou que não comentaria os detalhes do edital. Segundo sua assessoria de imprensa, o prefeito teria optado pelo convênio para "salvar" a área próxima ao parque do Ibirapuera da especulação imobiliária.
Para os vereadores do PT José Eduardo Martins Cardozo e Adriano Diogo, que apresentaram representações ao Ministério Público pedindo a suspensão da obra, os apartamentos para oficiais são uma "imoralidade".
Cardozo apresentará, na segunda-feira, representação ao Ministério do Exército pedindo a suspensão da obra.
Para a Secretaria de Vias Públicas, os vereadores estão "equivocados", pois eles teriam tido acesso a detalhes do projeto antes da aprovação na Câmara.
Tanto os vereadores quanto o conselheiro do TCM Paulo Planet Buarque, relator do processo do colégio, afirmam que só o teor do convênio chegou ao conhecimento da Câmara.
No texto, que depois de aprovado pelos vereadores passou a ser a lei 11.936, não há referências a apartamentos para os oficiais.
O secretário Reynaldo de Barros afirmou que vai acatar a decisão do TCM quanto à construção dos apartamentos. O prazo para entrega das propostas já foi prorrogado e um novo edital deverá ser feito.
(MGs)

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