São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Secretaria diz que 3 pavilhões estão com "graves problemas"

Água escorre pelas paredes e os fios estão expostos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que três pavilhões da Casa de Detenção, no Carandiru (zona norte de SP), estão com "graves problemas" hidráulicos e elétricos. A água escorre pelas paredes. Há fios expostos.
No pavilhão 6, as tubulações de esgoto têm vazamentos embaixo da cozinha do presídio. "Há um odor fétido, podre no local", afirmou o secretário João Benedicto de Azevedo Marques. A última grande reforma feita na Detenção atingiu apenas o pavilhão 9. Ela foi feita após o massacre de 111 presos em outubro de 1992.
Os pavilhões que estão em pior estado de conservação são o 8, o 6 e o 7. Eles abrigam quase 2.500 dos 6.200 detentos do presídio. Na semana passada, 51 presos escaparam do pavilhão 7 por um túnel de cem metros de comprimento.
O secretário disse que a manutenção está sendo feita e que ele espera desativar o presídio. "É a única solução para a Detenção."
Antônio de Paiva Brito, diretor do Contru (órgão da prefeitura que fiscaliza os imóveis na cidade), disse que só pode fazer uma vistoria na Casa de Detenção caso o governo estadual a requisite.
Segundo o sindicato dos agentes penitenciários, as condições de trabalho são péssimas no presídio. "Tem funcionário que precisa levar lâmpadas para poder fazer a contagem noturna dos presos", disse Paulo Gilberto de Araújo, 44, diretor do sindicato.
A Folha apurou que há tráfico de drogas e venda de favores aos presos por funcionários da prisão. "O sindicato refuta essas denúncias contra os funcionários da Detenção, que são trabalhadores e honestos", disse Araújo.

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