São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Secretário critica ONGs e defende a polícia

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário da Segurança Pública do Rio, general Nilton Cerqueira, festejou ontem o seu primeiro ano na SSP com críticas às organizações não-governamentais. Para ele, as ações das ONGs "nunca resultaram em nada positivo".
Sem citar nomes, o general da reserva ironizou algumas organizações. "Não tenho conhecimento, por exemplo, de que os apelos feitos ano passado por algumas ONGs tenham resultado na apreensão de armas", atacou Cerqueira.
Ele defendeu a ação da polícia, negando que tenha havido uma "matança" promovida por policiais militares contra favelados.
Cerqueira disse que a orientação dada aos policiais que fazem operações em favelas é agir com cautela, usando a força no limite da lei e do dever legal.
As estatísticas divulgadas pelo subsecretário operacional da SSP, Helmo Dias, demonstram que o número de carros roubados e furtados no Estado caiu de 51.332, em 94, para 43.787, em 95. Em 96, até abril, o número foi de 12.273.
Os índices de recuperação de carros roubados ou furtados subiram: foram 15.719 em 94, e 17.291, em 95. O mesmo ocorreu com os flagrantes de uso ou tráfico de drogas, de 1.833 em 94 para 3.214 em 95, ficando em 1.723 até abril de 96.
Cerqueira também elogiou as estatísticas de apreensão de drogas: de 169,674 kg de cocaína em 94, para 275,134 em 95, e 139,003 em 96, até abril; e de 2.269,261 kg de maconha em 94 para 9.941,673 em 95 e 1.041,256 em 96, até o mês passado.
"Isso é produtividade. Vamos ter dificuldades para abastecer o Baixo Leblon, o Posto 9,5...", brincou o secretário, citando pontos que a polícia considera como de forte venda de drogas na cidade.
Outra estatística exibida por Cerqueira foi o aumento na apreensão de armas. Em 94, foram 5.569, em 95, 9.267, e em 96, até o fim de abril, 2.535.

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