São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996 |
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Brasil tenta eliminar restrições dos EUA
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Esse foi o principal saldo da visita do ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, a Washington, encerrada ontem. Lampreia argumentou com o secretário do Comércio dos EUA, Mickey Kantor, que nos últimos cinco anos o Brasil derrubou todos os obstáculos à importação de produtos dos EUA sem reciprocidade. Em consequência, o Brasil é hoje um dos poucos países do mundo com quem os EUA têm superávit em sua balança comercial. No ano passado, o Brasil importou US$ 10,3 bilhões dos EUA e exportou US$ 8,6 bilhões, o que lhe rendeu déficit de US$ 1,6 bilhão. Só nos primeiros três meses de 96, o déficit brasileiro no comércio com os EUA chegou a US$ 527 milhões. No mesmo período, o México teve superávit (US$ 3,6 bilhões). No caso de produtos siderúrgicos brasileiros, os EUA têm imposto sobretaxas de até 100%, devido a acusações de "dumping" que, segundo o Brasil, ou são infundadas ou estão desatualizadas. No caso do suco de laranja, os EUA cobram até US$ 492 por tonelada do produto brasileiro com o indisfarçável objetivo de proteger os agricultores da Flórida. Lampreia disse ter encontrado "compreensão e simpatia" de seus interlocutores nos EUA para com os argumentos brasileiros. Outro tema de Lampreia em Washington foram as cotas provisórias de importação de automóveis pelo Brasil. O ministro disse ter comunicado dos EUA afirmando que o país retirou da Organização Mundial de Comércio pedido para que não se aplicassem as regras da entidade contra a medida e que está em processo de consultas com seus parceiros comerciais sobre o assunto. Também nesse item Lampreia diz ter tido boa receptividade. LEIA MAIS sobre comércio exterior na página 2-10 Texto Anterior: Procura surpreende confecção de casacos Próximo Texto: Venda de suco cresceria Índice |
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