São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Prodi apresenta gabinete esquerdista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Apenas 18 horas depois de ser indicado para formar o governo italiano, o economista Romano Prodi apresentou uma lista com nove membros do Partido Democrático da Esquerda (ex-comunistas).
Se aprovado o novo gabinete, será a primeira vez que a esquerda vai integrar um governo italiano desde 1947. Esse também é o gabinete formado mais rapidamente na Itália (os anteriores tinham demorado pelo menos dois dias).
Entre os 20 ministros indicados, estão políticos dos vários partidos do Bloco da Oliveira, a aliança de centro-esquerda vitoriosa nas eleições do dia 21 de abril.
Um dos destaques do gabinete é o ex-juiz da Operação Mãos Limpas (anticorrupção) Antonio Di Pietro. Independente de partidos, Di Pietro assumirá o Ministério das Obras Públicas.
O governo terá mais dois independentes: o ex-premiê Carlo Azeglio Ciampi (Tesouro e Orçamento) e Giovanni Flick (Justiça).
Prodi manterá três ministros do gabinete anterior, inclusive o premiê Lamberto Dini. O premiê interino passa agora a ser chanceler.
O economista italiano também indicou membros de seu partido, o Popular Italiano (centro), para dois importantes ministérios. O da Defesa fica com o político Beniamino Andreatta e o dos Correios e Comunicações fica com Antonio Maccanico, que, antes das últimas eleições, já havia fracassado na tentativa de formar um governo.
Posse
O novo gabinete será apresentado ao presidente Oscar Luigi Scalfaro hoje às 10h30 (5h30 em Brasília) e prestará juramento.
Os debates para a aprovação do gabinete começam na próxima quarta-feira no Senado e na quinta-feira na Câmara dos Deputados. O prazo máximo para os debates deve ser definido na segunda-feira.
O seu governo não deve ter grandes dificuldades para ser aprovado. A Refundação Comunista, que apóia o Bloco da Oliveira, disse que vai votar a favor do gabinete, apesar de criticá-lo.
O Partido Democrático da Esquerda elogiou o gabinete. Ele conseguiu vários dos principais ministérios. Walter Veltroni, o número dois da coalizão, passa a acumular os cargos de vice-premiê e de ministro da Cultura.
O veterano da esquerda Giorgio Napolitano vai ficar com o Ministério do Interior. Vicenzo Visco foi indicado ministro das Finanças.
Desafios
Os novos ministros devem enfrentar o principal problema deixado pelo governo Dini: a necessidade de cortes no Orçamento para impedir déficit excessivo em 1996.
Um outro problema deve ser lidar com a Liga Norte, que quer a separação do norte do país e pode começar a boicotar o governo.

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