São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Arafat contraria médicos, afirma TV

Líder teria sofrido derrame

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, decidiu não cumprir a ordem médica de descansar, após sofrer um princípio de derrame cerebral, disse ontem TV israelense.
A informação do derrame foi divulgada anteontem pela TV, negada por assessores de Arafat e confirmada por palestinos ouvidos pela própria emissora.
Ontem, ela divulgou mais detalhes, que confirmariam o caso. Segundo fontes palestinas e israelenses, Arafat, 67, vem ignorando a recomendação médica de repouso e manteve sua agenda de trabalho.
Ele teria sofrido o derrame cerebral -sem consequências graves- no domingo, no Cairo, após um encontro com o presidente Hosni Mubarak e com o rei Hussein, da Jordânia.
O jornal "Maariv" disse que Arafat foi atendido em Gaza pelo neurologista jordaniano Ashraf Curdi. Segundo Nabil Abu Rudeina, porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, Arafat "goza de ótima saúde".
Ontem, ele esteve em Nablus (Cisjordânia) para presidir uma reunião do gabinete da ANP. Hoje, vai a Jericó, para participar de encontros políticos.
Durante a reunião de ontem, ele fez um juramento sobre o Alcorão, o livro sagrado do islamismo. "Quero agradecer a todos (os deputados do conselho palestino) por rezar a Deus para que nos dê força até que um Estado palestino esteja estabelecido, com a sagrada Jerusalém como capital."
As duas questões a que ele se referiu -independência e capital- estão ainda indefinidas nas negociações entre Israel e a ANP. A partilha de Jerusalém (indivisível para Israel, que a considera sua capital) é um dos pontos mais delicados.
Arafat anunciou que vai nomear seu gabinete definitivo nos próximos dias. A maioria dos nomes já foi anunciada, mas algumas pastas permanecem sem ocupantes.
Um dos ministros escolhidos, Indisar al Uazir, não pôde ir à cerimônia porque o governo de Israel cassou o documento que garantia seu deslocamento de Gaza à Cisjordânia (os territórios autônomos palestinos, separados por parte do territórios israelense).
Hamas
Um folheto distribuído ontem na região, aparentemente impresso pelo Hamas na faixa de Gaza, anunciou que parte do grupo radical islâmico vai adotar uma trégua até as eleições israelenses.
Segundo o folheto, o Izzedine al Qassam, parte do Hamas (Movimento de Resistência Islâmico) que assumiu a série de atentados a bomba em Israel, vai parar de cometê-los até a votação de 29 de maio. Autoridades dizem não ter como aferir sua autenticidade.

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