São Paulo, sábado, 18 de maio de 1996
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Desperdício na saúde; Salários; Brejo; Insulto grave; Pedestres; Novo Estado

Desperdício na saúde
"Há tempo que este prestigioso jornal devia à população brasileira o editorial 'Saúde agonizante'.
Expressou muito bem a realidade do que ocorre no Brasil. Principalmente no tocante ao desperdício e corrupção.
Enquanto a população necessita de ações básicas (saneamento e imunização), continuam as autoridades de saúde por este Brasil afora construindo hospitais inacabados, comprando equipamentos sofisticados, que servem a uma minoria privilegiada.
Continuamos tratando doenças em vez de tratar a saúde."
Genovêncio Mattos Neto (Florianópolis, SC)

"Representamos a Fundação 'Dr. Amaral Carvalho', mantenedora do Hospital 'Amaral Carvalho', de Jaú, especializado em doenças oncológicas.
Surpreendeu-nos o editorial "Saúde agonizante', em que é abordado o problema da saúde sugerindo-se investimentos em prevenção.
Concordamos que é necessário avançar nessa área, mas e o problema emergencial da falta de recursos?
Achamos inoportuna essa discussão quando se debate no Congresso Nacional a criação do CMF.
Entendemos que não se pode nivelar por baixo os hospitais como um todo. Se há corrupção nos hospitais, ela passa longe do 'Amaral Carvalho'. Que o sistema de saúde é falho e precisa de reformulações, todos concordamos.
O tempo agora é de agilizar a votação do CMF e resolver o problema urgente da falta de verbas para o atendimento da população desassistida."
Antônio Luís Cesarino de Moraes Navarro, superintendente da Fundação Doutor Amaral Carvalho (Jaú, SP)

Salários
"Com relação às declarações do sr. Cláudio G. da Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sinpeem), no 'Painel do Leitor' da Folha (13/5), temos a esclarecer que, no magistério municipal, o salário inicial do professor com formação de 2º grau, para o ensino fundamental 1 e educação infantil, é de R$ 253,79 mais o abono mensal de R$ 40, por uma jornada de 20 horas/aula semanais.
O professor que cumpre jornada especial integral de 40 horas/aula semanais e que possui licenciatura plena tem como salário, no início de carreira, R$ 613,12 e no final, R$ 1.225,72, sempre acrescido de abono de R$ 40.
O menor salário pago pela prefeitura para qualquer dos seus funcionários é de R$ 370 por um jornada de 40 horas semanais de trabalho.
Importante destacar que dos 31.700 professores da rede municipal de ensino 5,5% (1.756 professores) encontram-se na referência inicial, em jornada básica de 20 horas/aula semanais."
Sólon Borges dos Reis, vice-prefeito e secretário municipal da Educação (São Paulo, SP)

Brejo
"O senador Eduardo Vieira, em artigo de 17/5, diz que em sua gestão no Maara realizou uma revolução silenciosa, sem prejudicar o produtor. Ele já se esqueceu que na sua gestão no Ministério da Agricultura 'a vaca foi pro brejo e, sobretudo, o pequeno agricultor foi atrás'.
Enquanto a 'âncora verde' sustentava o Real, milhares de sitiantes perderam tudo e passaram a engrossar as fileiras dos 'des-assentados', muitos deles os 'sem-terra' de hoje.
Diz mais: 'Foi dada preferência ao pequeno agricultor'. Isso deve ter acontecido em algum rincão deste país, ainda desconhecido."
Benedito Ferreira da Rosa (São Paulo, SP)

Insulto grave
"Sobre a crítica publicada no caderno Mais sobre o livro 'Tanatos -No Limiar da Loucura', de minha autoria: estou e estarei sempre aberto a críticas que tenham por objetivo contribuir. O que não posso admitir é tratar uma obra como uma ofensa à inteligência.
É, no mínimo, um grave insulto às pessoas que leram e tiveram prazer em tal atitude. Aí está a distinção que deve ser feita entre as diversas dimensões da literatura: fins específicos para gostos específicos, porque ninguém é dono da verdade.
Eu não faço -e nem tenho a pretensão de fazer- parte da Academia Brasileira de Letras.
Faço, sim, parte de uma nova geração de autores que têm a flexibilidade necessária para atuar em outras áreas que não a sua de origem e fazer um trabalho daqueles que os seres comuns sejam capazes de 'devorar' em pouco menos de uma semana.
Essa é a função de 'Tanatos', e chama-se entretenimento."
André Charak (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Bernardo Ajzenberg - O sr. Charak não fornece na carta argumentos que contestem o mérito das considerações expostas na mencionada crítica.

Pedestres
"A maioria das vítimas nos acidentes de trânsito são os pedestres. Lêem-se invectivas contra os motoristas atropeladores, cuja culpa seria a imprudência, que estaria estimulada pela impunidade oriunda da benevolência das leis.
Os pedestres não são protegidos pelos cintos de segurança, não têm faróis nem luzes de sinalização. São relativamente lentos para atravessar uma pista de rolamento.
Em suma: o risco de atropelamento do pedestre é muito alto. É injusto culpar exclusivamente o motorista, como se este fosse sempre um maníaco homicida."
Roldão Simas Filho (Brasília, DF)

Novo Estado
"O Aurora - uma proposta contemporânea para o Nordeste brasileiro: o Estado do Aurora -a reunir e a renovar o que há vários séculos chama-se de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe- estará pronto para uma nova etapa administrativa dessa nossa região.
Por meio dessa fusão, muito mais do que uma novidade simbólica/nominativa gerará esse novo Estado que, incluindo a bela ilha no Oceano Atlântico a seu nordeste, ainda possuirá aproximadamente a metade da superfície do Estado da Bahia ou uma São Paulo."
José de Brito Jr. (Recife, PE)

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