São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Aluguel sobe na Berrini e cai na Paulista

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A "migração" dos negócios do centro para as zonas sul e oeste pode ser comprovada na análise dos números do mercado imobiliário paulistano.
Nos últimos três anos, os aluguéis na avenida Paulista caíram, em média, 25%. Os da Berrini subiram 90%.
"Esse é o principal indicador de que está aumentando, e muito, a procura pelos imóveis da Berrini", diz Paul Weeks, 36, diretor da Divisão de Consultoria da Bolsa de Imóveis do Estado de São Paulo, que realiza pesquisas mensais sobre o mercado imobiliário.
O preço mais alto entre os imóveis oferecidos para locação na Berrini no mês passado foi de R$ 27,00 por metro quadrado. Um cálculo hipotético (com o valor do aluguel pedido, que é diferente do realmente negociado) revela que, em 93, o metro quadrado na Berrini seria locado a R$ 14.
Venda
Os preços para venda de imóveis nas duas avenidas também apresentam a mesma tendência: na Paulista, eles caíram 10%, em média, e na Berrini, subiram 25%.
Mesmo assim, comprar um imóvel na Paulista continua mais caro. Na Berrini, os preços vão de R$ 1.150 a R$ 4.000 por metro quadrado. Na Paulista, variam de R$ 1.200 a R$ 4.700 por metro quadrado.
Como quase não há terrenos disponíveis na região da Paulista, a maioria dos prédios novos está na Berrini.
A própria Bolsa de Imóveis está investindo na avenida da zona sul. A empresa tem seis projetos de prédios na Luís Carlos Berrini -um deles um hotel, que será administrado pela rede Caesar Park.
Ocupação
A mudança dos preços de venda e locação está diretamente relacionada à taxa de "vacância".
A Berrini -que ainda tem a maior taxa de imóveis vagos das três avenidas (24%)- registrou, do final do ano passado até abril, uma queda no número de imóveis desocupados. A avenida Paulista teve um crescimento.
As duas variações não ultrapassaram 3% no período, mas, segundo Paul Weeks, podem demonstrar uma tendência do mercado imobiliário.
"A gente cansa de ver edifícios sendo desocupados na Paulista. Isso ocorre porque os prédios estão passando por um processo de deterioração", afirma Walter Lafemina, vice-presidente do Secovi (sindicato das empresas do setor imobiliário).

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