São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996
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Av. Paulista corre o risco de virar São João

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A avenida Paulista corre o risco de passar por um processo de deterioração e se transformar na avenida São João do futuro. Essa é a opinião da maioria dos arquitetos e especialistas do mercado imobiliário ouvidos pela Folha.
Os indicadores da decadência seriam a falta de espaço -que inviabiliza o crescimento- e o aumento de vendedores ambulantes e congestionamentos.
"O risco existe. Isso pode acontecer por causa dos crescentes congestionamentos na avenida. As pessoas querem fugir deles e, por isso, estão começando a mudar para as regiões sul e oeste da cidade", afirma Cândido Malta Campos Filho, 60, ex-secretário municipal do Planejamento (gestão Olavo Setúbal) e professor de Planejamento Urbano da USP.
Para evitar a decadência, segundo Campos Filho, é necessário que o governo se preocupe em resolver o problema do trânsito.
"Todos os outros fatores estão ligados ao excesso de carros. A solução é implantar mais transporte coletivo para a classe média."
Falta de garagem
O vice-presidente do Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), Walter Lafemina, concorda.
Para ele, a "desvalorização natural" dos prédios da Paulista ocorreria porque as "grandes empresas precisam de grandes salas", difíceis de encontrar na avenida.
Outro problema é a falta de garagens. "As empresas reuniram salas pequenas para aumentar o espaço, mas as garagens existentes não acompanharam."
Lafemina prevê que, em dez anos, a marginal Pinheiros e a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini serão as principais da cidade.

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