São Paulo, domingo, 19 de maio de 1996 |
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Fiesta luta em equilíbrio com o Palio GRACILIANO TONI GRACILIANO TONI; HENRIQUE SKUJIS; ANTONIO DI FELICE
A Ford, com o novo Fiesta, e a Fiat, com o Palio, vão fazer muita gente queimar os neurônios tentando decidir qual "foguetinho" com motor 16 válvulas comprar. Testados pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o Palio 16V e o Fiesta CLX 16V, de porte e preço semelhantes, mostram muita disposição para andar rápido. Só que o Palio acelera mais. Em praticamente todas as medições (veja quadros), o modelo da Fiat conseguiu tempos melhores. Em compensação, o carro da Ford tem melhor acabamento e é sensivelmente mais macio -sem, por isto, ter estabilidade pior. Todos comandos do Fiesta estão em local mais acessível do que os do Palio. Para nada o motorista do Fiesta precisa deslocar o ombro ou o corpo do banco. No Palio, sim. Comandos Há nova vantagem do Fiesta na posição dos bancos dianteiros -no Palio, o assento fica muito alto, deixando a cabeça do motorista muito perto do teto. Mesmo com a direção nos dois carros igualmente rápida e precisa, o Palio parece melhor nas manobras, devido ao desenho e à altura do volante. No Fiesta, o volante é pequeno demais. Além disso, não há regulagem em altura -motoristas altos não enxergam a parte superior dos instrumentos do painel. Nisso também o carro da Fiat leva a melhor. Seu painel é plenamente visível. Na visibilidade, outra vantagem sua é o tamanho e posição dos espelhos externos. Colunas mais estreitas de ligação da capota à cabine tolhem menos a visão do motorista do Fiesta. Apesar de haver mais espaço no Palio, é no Fiesta que existe sensação de menos aperto. Conforto Embora as medições de nível de ruído apontem vantagem para o Fiesta apenas em velocidades mais elevadas, seu motor emite ronco mais grave, que incomoda menos do que o barulho agudo do Palio. Os dois carros têm ar-condicionado eficiente -o Fiesta perde mais desempenho quando o seu está acionado- e banco traseiro com menos espaço do que o esperado -o do Palio é melhor. Quando o Palio chegou, no mês passado, surpreendeu pela precisão e leveza da alavanca de câmbio -melhor do que a de um Gol. O reinado da Fiat entre os carros pequenos durou pouco. O câmbio do Fiesta é incrivelmente melhor. As trocas de marcha no carro da Ford são mais rápidas, com movimentos mais curtos do braço. Apesar de ter sido concebido na Europa, o Fiesta parece mais adaptado ao Brasil do que o Palio -projetado para o Terceiro Mundo e seu pavimento irregular. Dirigidos nas mesmas ruas, o Fiesta apresenta menos rangidos na carroceria. Em estradas de terra, passa incólume em trechos que fazem o fundo do Palio raspar. O Fiesta tem a cara triste, de um bebê prestes a chorar -efeito provocado pelo desenho dos faróis e da grade. A frente do Palio também não é exemplo de beleza. No geral, a carroceria do Palio é mais bonita, mas as rodas de liga do Fiesta humilham as do rival. Colaboraram Henrique Skujis, da Reportagem Local, e Antonio Di Felice, estagiário da Divisão de Motores do IMT. Texto Anterior: Fiesta faz luta equilibrada com o Palio Próximo Texto: Equipamentos podem ajudar na revenda Índice |
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