São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Frota de carros da polícia vira sucata em São Paulo

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

A frota de carros das polícias Civil e Militar de São Paulo passa por um processo de sucateamento devido à falta de recursos do governo do Estado para renová-la.
Segundo levantamento das duas polícias, 30% da frota já se encontra sem condições de uso e está sendo abandonada em quartéis e delegacias.
A Secretaria Estadual da Segurança está tentando renegociar dívidas acumuladas de R$ 311 milhões, que inviabilizaram novos investimentos em todas as áreas, desde a compra de veículos à ampliação de edifícios e fornecimento de refeições a presos.
A PM possui em todo o Estado 5.650 veículos e a Polícia Civil, 5.382. Na PM, 51,7% da frota têm mais de cinco anos de uso, 8,7%, mais de dez anos e 39,47%, até cinco anos.
O sucateamento da frota preocupa a PM, responsável pelo patrulhamento das ruas e por operações como, por exemplo, combate ao roubo a bancos.
"As viaturas são velhas, boa parte já sem condições de uso. Por isso, uma grande quantidade foi desativada porque é considerada sem recuperação", declarou o comandante da Polícia Militar no Interior, coronel Valdemar Lopes, 52.
Em Bauru (345 km de SP), dos 27 veículos usados pela PM no patrulhamento da cidade, oito já foram desativados, transformados em sucata e estão guardados no quartel. Dos 19 que sobraram, metade está parada à espera de manutenção. "Temos problemas particularmente com os Voyage importados da Argentina. Não há peças de reposição, e as do similar fabricado no Brasil não servem", afirmou o capitão Benedito Meira, 34, comandante da 1ª Companhia.
O problema do sucateamento da frota também afeta a Polícia Florestal, unidade especializada da PM. A Agência Folha localizou um "cemitério" de veículos da Polícia Florestal em área próxima ao Horto Florestal, à beira da via Rodrigues Alves, em Bauru.
No local, carros velhos, sem uso, foram abandonados no meio de uma plantação da eucaliptos e são corroídos pela ferrugem.
Para o coronel Valdemar Lopes, a situação é "crítica", mas, segundo ele, o governador Mário Covas assumiu o compromisso de adquirir novos carros para as polícias civil e militar ainda neste ano.

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