São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Pesquisa evita perdas com plano de saúde

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

O consumidor que pretende fazer plano ou seguro de saúde precisa tomar um cuidado especial.
Pesquisar os diferentes serviços, menores prazos de carência e a rede de hospitais conveniados oferecidos pelas empresas é um requisito fundamental para impedir prejuízos posteriores.
Isso porque os planos têm praticado aumentos superiores aos índices de inflação, ou reajustes antes dos prazos previstos.
Há também muitos casos de limitação de gastos com internações e não cobertura de doenças preexistentes e crônicas (asma, diabete,etc.).
"É preciso que o consumidor reflita e leia atentamente o contrato, principalmente cláusulas de exclusão de doenças, sobre correção anual de mensalidades e reajustes aplicados quando ocorre mudança de faixa etária", afirma Marina Siqueira, supervisora de saúde do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
Segundo as associações de defesa do consumidor, as empresas que operam no mercado de planos e seguros de saúde impõem suas próprias regras aos cerca de 40 milhões associados.
Quando assina o contrato de adesão, o cliente muitas vezes não sabe que tipo de serviços que poderá utilizar.
Acaba descobrindo que não tem direito a determinados serviços no momento que precisa ser atendido pelo convênio.
"Só quando precisa do atendimento é que a pessoa percebe que aquele exame está sob carência, que as sessões de fisioterapia são limitadas e que determinada doença não tem cobertura", diz a advogada Maria Inês Dolci, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Ela afirma que os idosos são os que mais ficam à mercê dos convênios médicos, já que nem sempre os contratos prevêem o percentual de aumento no caso de mudança de faixa etária.
Reajustes
As empresas de plano e seguro de saúde negam que estejam praticando aumentos abusivos.
Elas dizem que os custos do setor aumentaram mais do que o índice de inflação, em torno de 20%, constatado no período de um ano. Segundo elas, estão previstos reajustes de 26% a 32%. Os planos aumentaram as mensalidades em 40%, em média.
O aposentado José Dias Batista afirma que a mensalidade de seu plano de saúde foi reajustada em 36,5%. "Quando liguei para o convênio, eles disseram que o aumento deveria ter sido de 39%, e que eles reajustaram só em 36,5% O aumento no valor da aposentadoria foi, no entanto, de 15%."

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