São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Herchcovitch desfila sua nova coleção Cena fashion ferve hoje em SP ERIKA PALOMINO
Falando bem ou zombando, todo mundo presta atenção. Será o assunto da semana. Na sempre eclética e extravagante primeira fila de Herchcovitch estará a locomotiva da moda jovem americana Patricia Field. Foi a loja que leva seu nome em NY que detonou o hype internacional das roupas Adidas como fundamento fashion em todo o mundo. É na mesma loja que estão à venda, desde o início do mês, as peças de Alexandre Herchcovitch. Suas roupas também estão à venda em outros dois pontos importantes de Nova York e em 40 endereços em todo Brasil. Mas, aos 24 anos, Herchcovitch agora quer ser respeitado. "Acho que este desfile vai ser um marco", anuncia. * Folha - Este é seu quinto desfile com a marca que leva seu nome. Qual o mais importante deles? Alexandre Herchcovitch - O primeiro Phytoervas Fashion foi bem importante. Mas acho que este vai ser um marco para as pessoas me respeitarem. A julgar pelo número de pessoas que tive que convidar, que ligaram pedindo convite... São quase 2.000 pessoas. Espero que os idiotas que escrevem sobre meu desfile... Já nem ligo mais, falam muita besteira. Folha - Você acha então que até agora não o respeitaram? Herchcovitch - Alguns pensam até hoje que estou brincando de fazer roupinha, de ser estilista, de estilismo. Pelo tanto que zombam de mim... Tem um povo que acha que faço as coisas para chocar. Folha - Alguma vez você já fez alguma coisa para chocar? Herchcovitch - Não. Folha - Como é esta coleção? Herchcovitch - As inspirações são o esporte e o uniforme escolar. Mas não é esqui. É uma outra visão das velhinhas do meu desfile anterior. O look principal -masculino- é calça de moleton, tênis, camisa social e pochete. A maior parte com saia por cima. Vem das velhinhas que eu vejo, que usam saia sobre umas calças tipo training. Folha - Essa coisa do moleton e do esporte não seria também uma preocupação comercial? Herchcovitch - Não. A coleção tem um tecido comercial com uma atitude mais sofisticada. A modelagem é de esporte, mas com tecido diferenciado. Ou vice-versa. Folha - Qual a atual situação da moda brasileira? Herchcovitch - Continua a coisa do novo estilista. De um lado é bom porque eles mostram a moda de qualquer jeito, seja no clube, no bar etc. Do outro, só o tempo e o consumidor vão dizer quem é bom. A moda em São Paulo está chata. Não há muitos criadores. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Coen, Trier e Leigh dividem favoritismo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |