São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Sofrimento dificulta a paz, afirma irlandesa

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

Para Mary Doyle, 40, o sofrimento causado nos dois lados do conflito na Irlanda do Norte é um dos maiores obstáculos ao processo de paz no país.
'Èu passei muito tempo na cadeia para achar que dá para confiar nos britânicos", disse Mary, que ficou presa entre 1974 e 1976 por ter bombas incendiárias em casa.
Em 1977, ela voltou a ser presa pela mesma acusação. Ficou até 1983 na prisão de Armagh, onde participou da histórica greve de fome dos militantes do IRA em 1981.
Ela própria passou 19 dias só tomando água. Dez pessoas morreram nos protestos em diversas cadeias, que ocorreram entre abril e outubro de 1981 e foram liderados pelo prisioneiro Bobby Sands -que, morto, virou o maior mártir da história do IRA.
A mãe de Mary foi assassinada em 1979. Hoje Mary trabalha com reabilitação de prisioneiros e tem dois filhos.
"Não sei se um cessar-fogo vai garantir a paz", disse. Ela se referia à posição britânica, que exige nova trégua do IRA (que parou com atentados em 94 mas voltou à ativa este ano).
Ontem, o tablóide britânico "News of The World" disse que um novo cessar-fogo do grupo católico será anunciado na quarta-feira. O Sinn Fein não confirmou.
(IG)

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