São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 1996
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Questão de coerência; Esclarecimento; Caso Banespa; Glauber e o neoliberalismo; Crítica; Justificativa; Cobrando FHC; Protesto dos gaúchos; Abuso de autoridade; Lixo na rua

Questão de coerência
"É oportuna a lembrança, no 'Contraponto' de 13/5 ('Coerência acadêmica'), da reunião realizada em 1989, pouco antes do segundo turno da eleição presidencial, entre economistas do PT e alguns outros da área acadêmica -e não necessariamente do PSDB.
Fomos chamados ali para ouvir as idéias do PT sobre dívida pública interna, diante das quais reagimos muito desfavoravelmente, uma vez que se resumiam a algo muito parecido com o que foi feito, logo em seguida, pelo governo Collor, ou seja, um confisco.
Como se sabe, o principal economista do PT, Aloisio Mercadante, apoiou abertamente o Plano Collor, ao menos no início. Muito coerente, tendo em vista o que ouvimos na reunião.
A lembrança é oportuna por uma outra razão: na última campanha presidencial, fui um dos que aventou a possibilidade de o candidato do PT colocar em prática o programa de 1989.
Em função disso, o PT ofereceu uma representação contra mim à Justiça Eleitoral, que a julgou improcedente e determinou o seu arquivamento.
A lógica da decisão parece muito simples: se em 1989 o PT estava disposto a fazer uma 'negociação compulsória', por que não faria em 1994?"
Gustavo H.B. Franco, diretor de assuntos internacionais do Banco Central do Brasil (Brasília, DF)

Esclarecimento
"Em reportagem sob o título "Governo gasta R$ 15,6 bi para ter apoio", de 17/5, há uma informação que gostaria de retificar para que os leitores da Folha não sejam induzidos ao erro.
Está dito lá que "a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), recebeu um pacote de verbas do governo federal no valor de R$ 131 milhões".
O verbo empregado, receber, dá idéia de que esses recursos foram doados ao Estado. Na verdade, a Caixa Econômica Federal emprestou ao Maranhão R$ 86 milhões, cobrando TR mais 0,5% de juros, correspondendo a uma taxa mensal de 2,65%, com seis meses de carência e 30 para pagamento.
Esses recursos são utilizados exclusivamente para financiar o programa de demissões voluntárias que lançamos com pleno êxito."
Roseana Sarney, governadora do Maranhão (São Luís, MA)

Caso Banespa
"Indelicada, injusta e tendenciosa a réplica do jornalista Fernando Rodrigues aos argumentos da funcionária do Banespa Elizabeth Montanhan.
Os articulistas da Folha devem saber o que escrevem para não cair no ridículo e no descrédito dos leitores. Não são apenas páginas coloridas que fazem um jornal impor-se ao respeito."
José Alexandre Colli, presidente da Afabesp - Associação dos Funcionários Aposentados do Banco do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Glauber e o neoliberalismo
"O título 'Glauber neoliberal', dado à matéria sobre as cartas inéditas de Glauber Rocha, na belíssima edição do Mais!, dá margem a equívocos.
Se existe algo que Glauber ataca nessa carta é justamente um Estado que funciona com a mesma selvageria e vícios do mercado neoliberal, beneficiando filmes meramente comerciais.
Foi pensando na atualidade e lucidez da carta que procurei a Folha com o material inédito da minha pesquisa. Glauber não foi profeta do neoliberalismo. Não há no texto nenhuma crença ingênua no mercado. O que ele pede é um projeto cultural forte."
Ivana Bentes (Rio de Janeiro, RJ)

Crítica
"No Banco de Dados da Folha há cerca de 15 artigos sobre as universidades públicas do país. A maior parte dos dados apresentados é verídico, mas interpretados ao bel-prazer pelos (ir)responsáveis pelas reportagens.
Os últimos editoriais, por exemplo, são uma miríade de meias verdades. Sugiro que a Folha mude o seu bordão: em vez de 'Um jornal a serviço do Brasil', 'Um jornal a serviço do governo do Brasil'. É muito triste para quem conheceu a antiga Folha."
Eduardo Salamuni (Curitiba, PR)

Justificativa
"A propósito da reclamação publicada em 12/4, na seção 'A Cidade é Sua', de autoria do sr. Pedro Roberto Cassaguerra, a Multicanal esclarece que o autor da mesma aceitou aguardar a ativação do sinal em sua residência.
A Multicanal atuou intensamente junto aos canais competentes para superar os problemas que impediram a ativação do sinal de TV a cabo.
Vale ressaltar que entramos em contato com o cliente várias vezes para posicioná-lo sobre os motivos desse atraso totalmente involuntário."
Maria Rosa de Paula Henrique, gerente de atendimento ao cliente da Multicanal (São Paulo, SP)

Cobrando FHC
"Senhor Fernando Henrique Cardoso: na Folha de 15/5, o sr. Janio de Freitas faz gravíssimas acusações que atingem diretamente seus subordinados imediatos. Dê satisfações ao país.
Desminta o sr. Janio de Freitas ou peça demissão. Não pode haver meio-termo depois que o senhor fez tudo para impedir uma CPI sobre o assunto."
Jayro Eduardo Xavier (São Paulo, SP)

Protesto dos gaúchos
"Nós, gaúchos, estamos cansados de engolir a avalanche de parcialidade dos narradores e comentaristas esportivos paulistas e cariocas, quando se trata de um jogo entre equipes do Rio Grande do Sul e São Paulo (ou Rio de Janeiro).
Sou gremista, mas tenho bom senso. A maior parte das intervenções desses profissionais da TV, durante o jogo Grêmio x Corinthians, foi repugnante.
Se houvesse respeito, buscariam uma conduta objetiva, como os manuais de ética jornalística. E fiquemos apenas no esporte, para evitar o mau cheiro."
Alexandre Leboutte da Fonseca (Porto Alegre, RS)

Abuso de autoridade
"Neste país analfabeto, discutir com qualquer pessoa que trabalha para a polícia é desacato à autoridade. Um truculento carcereiro, que não tem a mínima noção do que vem a ser autoridade, ameaça de arma em punho um cidadão, em plena via pública, e é apenas ameaçado de ser exonerado."
Emerson Barreto (São Paulo, SP)

Lixo na rua
"O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, disse que não vai abaixar o valor da multa para quem joga lixo na rua.
Mas é preciso colocar muitas lixeiras em todas as áreas da cidade. Só assim será possível cumprir essa lei.
Venho de Curitiba (PR), que é limpa porque temos lixeiras a cada metro. Lá também são feitas campanhas educativas para o povo cuidar da cidade."
Débora Schorr (São Paulo, SP)
*
"Prefeito Paulo Maluf e superintendente de fiscalização da Limpurb, queiram esclarecer o seguinte: uma foto de um veículo, feita pela CET, é suficiente para aplicar multas aos cidadãos, enquanto que uma foto, publicada nos jornais, do administrador da cidade emporcalhando as ruas, não é?
Ainda mais quando o prefeito, além de assumir a porquice, veta projeto que reduz o absurdo valor da multa!"
Luciano Francisco Pacheco do Amaral Neto (São Paulo, SP)

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