São Paulo, terça-feira, 21 de maio de 1996
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Troca da dívida externa ajuda o BB

Banco pode levar US$ 505 mi na corretagem

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil poderá ser beneficiado na operação de troca de títulos da dívida externa, preparada pelo governo e sob análise do Senado.
Parecer da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) vai determinar que o banco seja o corretor exclusivo da operação. A função pode render pelo menos US$ 505 milhões ao BB.
O objetivo do governo é obter condições mais vantajosas do que as acertadas na emissão dos títulos da dívida externa feita no início desta década.
O governo já enviou mensagem ao Senado pedindo autorização para trocar esses títulos por papéis com prazos mais longos e juros menores.
O total de títulos que poderá ser trocado chega a US$ 50,5 bilhões. A troca de papéis é feita por corretoras, que recebem um percentual sobre o total da operação.
Corretor exclusivo
"O governo deixou a corretagem em aberto, mas no meu parecer vou colocar o Banco do Brasil como corretor exclusivo", disse ontem à Folha o senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator da operação na CAE.
O senador irá propor que a corretagem seja remunerada em 0,5% sobre o valor da operação. Mas, segundo ele próprio, esse percentual deverá subir por interesse do governo.
O Senado já autorizou operações semelhantes, mas com 4% de taxa de corretagem.
Caso o percentual seja de 1% -ainda considerado baixo para esse tipo de operação- o BB teria um lucro de US$ 505 milhões.
"É melhor do que deixar o lucro para bancos estrangeiros, como o governo já fez em outros casos", afirmou o senador.

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